“Mas
eu rezei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” (Lc. 22, 32)
Nas
variadas oportunidades de Sua vida pública, Jesus Cristo anunciava a Boa-Nova
de Sua graça de pé na proa da barca de Pedro. De fato, nos escritos
evangélicos, não se nomeia nenhuma outra embarcação da qual Ele tenha se
utilizado durante o anúncio do Evangelii
Gaudium, ou seja, do Evangelho da Alegria, senão a barca de Simão. Além do
mais, é nesta mesma barca que acontece, segundo o Evangelista João, a pesca atípica
após a Ressurreição do Senhor, onde milagrosamente cento e cinquenta e três
grandes peixes não foram capazes de romper as redes de Simão; e ao som das
margens calmas e resolutas do Lago de Tiberíades, Simão Pedro é reclamado por
Cristo para O amar e apascentar os Seus cordeiros, ainda que vacilante, ainda
que receoso, ainda que capaz de ter negado, no enredo da Paixão, o seu Senhor e
Mestre três densas e dolorosas vezes. E deste diálogo enxertado num amor sem
reservas, Pedro substancialmente é feito Pastor do Rebanho, ainda que ouvindo
permanentemente a voz de Quem clamava na proa de Sua barca: “Simão, Simão, eis
que Satanás vos reclamou para peneirar-vos como trigo. Mas eu rezei por ti,
para que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus
irmãos.” (Lc. 22, 31-32).
Hoje,
como nunca, a Igreja enquanto Barca do Senhor, sofre as penúrias de terríveis
tempestades, que assolam e afetam principalmente o papa Francisco. De fato,
como já nos adverte Jesus, a figura de Pedro incomoda as forças das trevas. Reconstruir a Igreja é tarefa onde, sem
sombra de dúvidas, as forças do inferno tentam prevalecer, porque é tarefa de
quebrar paredes e fechar as arestas; de encontrar as falhas e apontar os
caminhos duma restauração suscitada pelo Espírito Santo, o sopro que intercede em favor da Igreja e que a renova segundo o Seu
kairós. Mas, se é tempo de restauração, assim como a
Odisseia relata que Ulisses amarrado no mastro (stauros) da barca, para não sucumbir a si nem aos seus tripulantes
ao canto magicamente perverso das sereias, assim também a Oração de Jesus
Crucificado é a ação que recoloca novamente o mastro da Cruz do Senhor como
tábua de salvação perante as tempestades e tentações da vida da barca e de seu
timoneiro, ou seja, da vida da Igreja e do Papa Francisco. E diga-se mais: na
certeza de que o povo de Deus forma o Corpo Místico de Cristo, quanto mais a
oração do Senhor é o conforto para a investida satânica à pessoa de Pedro,
tanto mais a oração de Seu Corpo Místico, isto é, de Sua Igreja, será, sem
dúvidas, o sustento para a experiência a qual saboreia em dolorosas doses o
Papa Francisco.
Nós
estamos com o Papa Francisco: esta é a nossa fé, e, por tal motivo, bendita seja
a Palavra de Deus. Nós caminhamos com o Papa Francisco: esta é a razão de nossa
unidade, e, sendo assim, soframos com ele as procelas e os maus tempos, se
preciso for. Nós rezamos pelo Papa Francisco: esta é a nossa missão, e, por tal
razão, dobremos nossos joelhos diante Daquele que é o Pastor de nossas almas
para que conduza fielmente o pastoreio do nosso amado pontífice. O trigo é
moído, mas torna-se pão. A barca sofre, mas alcança o porto. Pedro talvez
cansa, mas não vacila e nem sucumbe. A Igreja é perseguida, mas para ser sempre
Igreja; nós sofremos, mas alegramo-nos e
exultamos, porque um Porto Seguro nos está reservado; o Papa Francisco
chora, mas o Rosto da Misericórdia
enxuga suas lágrimas e o encoraja para seguir viagem rumo ao mesmo Senhor das
Misericórdias. Seja, de fato, a nossa Igreja uma rede mundial de oração pelo
nosso Santo Padre; que se crie uma cultura capaz de lembrar dele sempre em
nossas orações e preces; que haja nos corações cristãos a firme certeza de que
o Papa caminha conosco e pede de nós súplicas a Deus. Sejamos, enfim, um ponto
de refrigério, um prado tranquilo também para o nosso Pastor. “Salve, Santo
Padre, vivas tanto ou mais que Pedro. Desça, qual mel do rochedo, a benção
paternal!”
Texto: Seminarista Adenilson Santos Nascimento
Junior
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