O povo de Deus é por sua natureza um
povo vocacionado. Se vocação deriva do verbo latino vocare, que quer dizer chamar, podemos afirmar que todo o povo de
Deus é um povo vocacionado, pois as Sagradas Escrituras nos mostram que Deus
chama em todo tempo e lugar homens e mulheres para se colocarem ao seu serviço
e formarem um povo santo segundo a sua vontade. A partir disso podemos afirmar
que nossa fé nasce da resposta ao Deus que se revela (cf. Dei Verbum, nº 5), que nos chama.
E o novo povo de Deus é justamente
chamado de Ekklesia (Igreja) (do
grego - assembleia de convocados), povo que escuta o seu Senhor, escuta o seu
chamado, que se deixar transformar por ele e assim se põe ao seu serviço e de
toda a humanidade. Assim, nas palavras do Cardeal Martini, “no batismo, o
homem, em sua totalidade, é posto a serviço de todo homem”. Este serviço se dá
em uma vocação específica.
A partir disso, a Igreja no Brasil
instituiu o mês de agosto como o mês vocacional. Neste período ela nos convida
a refletir e a rezar pelas vocações, mostrando a diversidade das formas de se
responder ao Deus que chama, porque “as vocações são todas diferentes, cada uma
é um caso, é uma história, um evento” (Cardeal Martini). Neste sentido, o mês
vocacional é um tempo propício para olhar as vocações presentes na Igreja a serviço
do Senhor e do seu povo. Por isso em cada, em cada domingo, o dia da assembleia
cristã por excelência, nos é dada como intenção um tipo de vocação: sacerdotal,
familiar, religiosas e os ministérios leigos.
Portanto, um dos principais objetivos deste
mês é a promoção das vocações, convidando cada batizado a se colocar numa
condição de escuta atenciosa ao Senhor: “Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é
o único Senhor”. (Dt 6,4). É sendo atentos a este Senhor que nos chama a
santidade, que poderemos encontrar nossa forma de responder a ele, em meios as
tantas que com alegria e júbilo comemoramos e rezamos neste mês vocacional.
E se nossa vida de fé tem sua origem e
fonte em Deus, assim também a nossa vocação, por isso um outro objetivo deste
mês, e o mais importante, é ressaltar a necessidade de rezarmos sempre pelas
vocações como o Senhor mesmo pediu: “a colheita é grande, mas os operários são
poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para sua
colheita”. (Lc 10, 2).
Que a Virgem Maria, a Onipotência
suplicante, modelo de docilidade ao chamado do Senhor, interceda por cada um de
nós em nossa busca por corresponder à sua voz onde quer que nos encontremos,
pois “vocação é dizer sempre sim” Àquele que nos chamou à vida.
Seminarista Manoel Messias
4°Ano de Teologia
Diocese de Estância-SE
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