“Nós
de fato acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou” (1 Ts 4,14)
Caríssimos Irmãos feliz Páscoa!
Hoje a Igreja celebra o
acontecimento central da fé, a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte,
“Jesus ressuscitou, há uma esperança que despertou para ti, já não estás sob o
domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia! A misericórdia
sempre vence”! (Papa Francisco)
No
cristianismo, a ressurreição de Jesus constituiu desde o início o fundamento da
fé e o conteúdo essencial da pregação. “A ressurreição de Jesus é a verdade
culminante da nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela
primeira comunidade cristã, transmitida como fundamento pela Tradição,
estabelecida pelos documentos do novo Testamento, juntamente com a Cruz pregada
como parte essencial do mistério pascal” (CIC n. 638).
O
apóstolo Paulo considerava a ressurreição como a pedra angular do mistério de
Cristo, critério absoluto da verdade de seu Evangelho. Aos fiéis de Corinto que
tinham duvidas a respeito dessa realidade ele escrevia com muita sinceridade:
“Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que
vocês tem. Se os mortos não ressuscitam, então somos testemunhas falsas de
Deus, ao dizermos que Deus ressuscitou a Cristo” (1 Cor 15,14-15).
São
freqüentes as admoestações de Jesus ressuscitado diante do estupor e da
incredulidade de Seus discípulos: “Como vocês custam a entender, e como demoram
a acreditar em tudo que os profetas falaram! Será que o Messias não devia
sofrer tudo Isso, para entrar na sua glória”? (Lc 24,25-26).
Ilustrativo é o episódio dos
discípulos de Emaús , que se afastam de Jerusalém, tristes e desiludidos com o
naufrágio dos seus sonhos de liberdade: “ Nós esperávamos que fosse Ele o
libertador de Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que tudo isso
aconteceu”! (Lc 24, 19-21). Aparecendo Jesus se faz exegeta de sua missão
messiânica à luz das promessas do Antigo Testamento. Só na páscoa os discípulos
compreendem plenamente o mistério de seu Mestre. É verdade que antes disso eles
haviam reconhecido nele o profeta fidedigno, o Messias prometido. Mas o
acontecimento da paixão e morte provocou neles desânimo e até negação.
É,
portanto, o acontecimento maravilhoso e inesperado da ressurreição que
possibilita aos discípulos a verdadeira compreensão de Jesus. O brilho da
páscoa ilumina na sua autêntica a missão terrena de Jesus, sendo que assim os
discípulos passam de um reconhecimento superficial e incompleto à confissão convicta
e ao anúncio incansável até a entrega da própria vida através do martírio. É a
ressurreição, que, de fato, restitui a Pedro e aos discípulos a fé e o
entusiasmo para com Jesus tornando-os arautos tenazes e perseverantes do
Evangelho de salvação.
Com
a ressurreição, a humanidade do Filho achega-se gloriosa à comunhão do Deus
Trindade. Com a encarnação a humanidade fora assumida pela pessoa divina do
Verbo. Com a ressurreição, a pessoa divina leva à consumação essa relação
suprema com Deus, vivendo da própria vida da Trindade. Esse mistério central da
nossa fé é a realização da nova humanidade, libertada da escravidão do pecado e
das suas conseqüências. Jesus ressuscitado é o homem novo, que conduz nesse
destino de novidade a humanidade inteira.
A
ressurreição de Jesus , além de experiência de vocação e de missão, é também
experiência de perdão. Jesus ressuscitado restitui aos discípulos a sua amizade
e o seu perdão. Não só isso, mas confirma para os Apóstolos o poder de perdoar
os pecados da humanidade. O poder que Ele exercera em sua vida terrena, era
então confiado aos seus Apóstolos, como dom de sua ressurreição. Com efeito, ao
anoitecer do dia da páscoa, aparecendo aos discípulos confiou-lhes a missão de
perdoar os pecados “Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês
perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não
serão perdoados”. A ressurreição é para nós cristãos experiência de
misericórdia, de perdão, de renovação, de participação na vitória de Jesus sob
o pecado e morte.
O Senhor ressuscitado, vencedor do pecado e da
morte, seja o amparo o amparo para todos especialmente para os mais frágeis e
necessitados. Agradeçamos a Deus por tempo litúrgico para que possamos ser
verdadeiramente livres buscando uma vida integra através do nosso testemunho.
Que Cristo ressuscitado guie a todos vós e à humanidade inteira pelos caminhos
de justiça, de amor e de paz.
Seminarista Diógenes Rodrigues.
4 ano de teologia.
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