No dia 17 de outubro,
em solene Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. José Almi de Menezes,
concelebrada pelo Pe. Jadson da Silva Ramos e Pe. Lucivaldo Santos, e com a participação
de seminaristas, religiosas, autoridades e demais povo de Deus, a Paróquia
Santo Antônio e Almas, na cidade de Itabaiana, agreste sergipano, entronizou para
a veneração pública a imagem da Bem-aventurada Dulce dos Pobres. Também
participou da celebração a miraculada Cláudia Cristiane Araújo e religiosas da
Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, entre
as quais algumas que conviveram com a Irmã Dulce.
Na sua homilia, o Pe.
Almi destacou a vida de doação que a Beata Dulce levou e a sua total
disponibilidade com os mais necessitados. Ele ainda ressaltou que, mesmo com
suas fragilidades físicas, o Anjo Bom da Bahia foi capaz de transformar o
galinheiro do convento num dos maiores centros médicos do Brasil. A irmã Dulce
enxergava em cada irmão necessitado que batia a sua porta o rosto do Cristo
abandonado e sofredor. A Bem-aventurada Dulce dos Pobres é um exemplo de fé nos
tempos atuais. Ele ainda enfatizou que o fato do milagre reconhecido pelo Vaticano
ter acontecido em Itabaiana deve despertar na população serrana uma devoção
especial por aquela que, em seus momentos de dificuldades, recorria ao glorioso
Santo Antônio, padroeira da cidade.
Maria Rita de Souza
Brito Lopes Pontes nasceu no dia 26 de maio de 1914 na cidade de Salvador,
Bahia. Criada no seio de uma família profundamente católica. Aos sete anos,
perdeu a sua querida mãe. Desde criança já manifestava a preocupação pelos mais
carentes. Aos treze anos, manifestou pela primeira vez o desejo de tornar-se
religiosa. Em fevereiro de 1933, ingressou na Congregação das Irmãs
Missionários da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, indo morar em São
Cristóvão, Sergipe, onde permaneceu por dezoito meses como postulante e noviça.
Em 13 de agosto de 1933, ocorreu a cerimônia de vestição e recebeu o nome
religioso de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe. Em 15 de agosto de 1934 emitiu
os votos temporários, retonando para Salvador, onde iniciou os seus trabalhos
junto aos mais necessitados e operários, criando a União Operária São Francisco
e o Círculo Operário da Bahia. Em 15 de agosto de 1938 fez os votos perpétuos.
Cansada de ser desalojada e humilhada com seus pobres, em 1949 ocupou o
galinheiro do Convento Santo Antônio. A partir deste momento a sua ação foi se
ampliando, fundando em 1959, com apoio de amigos e religiosos, a Associação
Obras Sociais Irmã Dulce, com o objetivo de sistematizar as obras de caridade.
Construiu o Albergue Santo Antônio para abrigar doentes. Em 1964 instalou o
Centro de Recuperação de Menores Abandonados, chegando a abrigar mais de 300
meninos em situação de risco social, hoje conhecido como Centro Educacional
Santo Antônio, e em 1983 inaugurou o Hospital Santo Antônio, com mais de mil
leitos para a população carente. Em 1988 foi indicada para o Prêmio Nobel da
Paz. Em 1991, em seu leito de enfermidade, recebeu a visita do Papa João Paulo
II. Faleceu em 13 de março de 1992, aos 77 anos, na cidade de Salvador.
O milagre reconhecido
pela Sagrada Congregação para a Causa dos Santos aconteceu em janeiro de 2001 na
Maternidade São José, tornando Itabaiana, a cidade do Milagre.
Sem. André Alves
andre-amareservir@hotmail.com