terça-feira, 24 de julho de 2012

Aborto e “casamento” gay devem ser debatidos INCLUSIVE em eleições municipais.



Entrevista de Dom Leonardo Steiner, Secretário Geral da CNBB,  no jornal Folha de São Paulo, em 19/7/2012

O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Leonardo Steiner, afirmou ser a favor de debater o aborto nas eleições municipais deste ano, assim como corrupção, casamento entre gays e outros temas que dizem respeito “ao direito da pessoa humana”. Mas a recomendação geral da Igreja Católica aos seus fieis nas eleições municipais será “votem em ficha limpa”.

Folha/UOL – Qual é a diretriz da CNBB para as eleições municipais deste ano?

Dom Leonardo – Votem em ficha limpa. Foi uma longa batalha, na qual a CNBB se engajou. Não podemos voltar atrás. Eleições municipais são mais disputadas, mais intensas. Da nossa parte, existe o desejo de darmos uma orientação da boa escolha daqueles que hão de cuidar do município.

Temas nacionais também devem estar presentes, como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo?

Deve fazer parte do debate das eleições municipais sempre aquilo que diz respeito ao direito da pessoa humana. A questão da corrupção, da ficha limpa.

Mas é legítimo um candidato a prefeito apresentar como tema de discussão a liberalização do aborto?

O debate ele tem que ser livre. As pessoas podem e devem ter o direito de expressar suas concepções. Ajuda muito ao eleitor quando ele [candidato] coloca a questão do aborto, a questão da corrupção. Mas não só para angariar voto, mas como uma questão realmente política.

Qual é a posição da Igreja Católica hoje sobre o uso de contraceptivos?

Não se pode sempre usar contraceptivos sem mais e sem menos porque as relações precisam sempre estar abertas à vida. Muitas vezes se quer facilitar o prazer simplesmente pelo prazer.

Como está a relação da Igreja Católica com o atual governo e como foi com os anteriores?

Eu tenho a impressão que os governos têm procurado ouvir. Mas nós sentimos também, não no primeiro escalão, alguma dificuldade de relação.

Que tipo de dificuldade?

Às vezes, a participação nossa nos conselhos [consultivos dos ministérios]. A CNBB participa em diversos conselhos.

Há algum impedimento?

Existe uma espécie de resistência, sim. De que não é muito tarefa religiosa ou uma tarefa da Igreja [opinar] em um ou outro conselho.

O sr. poderia especificar?

Não é muito conveniente.

É governo como um todo?

Não. A interlocução que temos com os ministros tem sido positiva. Nenhum ministro de Estado se recusou a me receber.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

As Realidades últimas



Quantas vezes já ouvimos falar de céu, inferno, juízo final, purgatório? Trata-se de realidades sérias, partes essenciais da nossa fé católica, ligadas ao nosso destino mesmo. E, no entanto, nossas ideias sobre elas são superficiais e infantis, na maioria das vezes.

Um dos grandes teólogos do século XX, Hans Urs von Balthasar, refletindo sobre as realidades finais, afirmava: “Deus é o Fim (= Finalidade) último das criaturas: Ele é o céu para quem O alcança, o inferno para quem O perde, o juízo para quem por Ele é examinado, o purgatório para quem é por Ele purificado, e tudo isto no modo em que Ele dirigiu-se ao mundo, isto é, no Seu Filho, Jesus Cristo, que é a possibilidade de revelação de Deus e, portanto, a síntese das coisas últimas”.

O que significa tal afirmação? Que as realidades últimas somente podem ser compreendidas e afirmadas a partir de Deus e Deus como Se revelou em Jesus Cristo, único Caminho para o Mistério. Morte, juízo, inferno, paraíso, não são realidades neutras, estranhas à nossa relação com o Senhor. Elas não podem ser compreensíveis sem uma referência a Deus e ao Seu Cristo.

O que é o céu? Para além de qualquer descrição (que seria insuficiente e até errônea, pois descrevendo, estaríamos falando não da realidade do Além, mas transformaríamos o céu num pobre aquém, num prolongamento do nosso mundo e desta nossa vidinha – e o céu não é isso!) Balthasar nos diz que o céu é Deus – e Deus como Se nos seu em Cristo! O Céu é estar no banquete eterno no qual Deus nos sacia de vida, reclinando a nossa cabeça de peregrinos sobre o seio de Cristo, como o Discípulo Amado na Última Ceia. O céu é Deus: é estar Nele, participar da Sua vida, mergulhar no mar sem fim do Seu coração! – Deus Amado, Escondido e Revelado, Desejado com ânsia, Tu és meu céu, meu refúgio, meu remanso, minha vida, meu descanso e eterna felicidade! Ganhar-Te é viver de verdade, é o gozo da plenitude sem fim e sem limites!

E o inferno? Não poderia jamais ser compreendido sem Deus, sem o infinito amor que Ele nos revelou em Jesus morto e ressuscitado. Se Deus é nossa saudade e nosso repouso, se Deus é nosso destino e nossa plenitude, perdê-Lo é nosso tormento, nossa frustração radical, nossa depressão sem cura, nosso absurdo visceral. Deus é nosso inferno, pois o aconchego do qual temos saudade – aconchego no Seu coração – nós o perderíamos para sempre e veríamos que nossa existência tornara-se absolutamente vazia, absurda, sem sentido. Deus é meu inferno como amor perdido, distante, irremediavelmente frustrado. Não há inferno maior – e não se pode imaginar o quanto tão grande seja! – que ver o Amor e se perceber irremediavelmente excluído Dele; ver a Plenitude e saber-se para sempre longe Dela, conhecer e reconhecer Aquele que é mais íntimo de nós que nós mesmos e sabê-Lo eternamente perdido para nós! Como não se pode imaginar a alegria do céu, tampouco se pode imaginar a frustração danada do inferno...

Deus é também nosso juízo. No Seu Filho pleno do Santo Espírito de Amor, fogo que ilumina, purifica e transfigura, nós veremos o que fomos, o que somos. Por aqui, por este mundo, mais das vezes nos vemos na nossa própria luz, segundo nossos próprios critérios. Mas, no Dia de Cristo, ver-nos-emos na Sua luz (e esta luz é o Espírito Santo): “Na Tua luz veremos a luz!” É Cristo morto e ressuscitado o critério da verdade e da mentira, do bem e do mal, da vida e da morte. Veremos, então, como somos vistos por Deus, ver-nos-emos na nossa verdade – e a nossa verdade é o modo como Deus nos vê!

E o purgatório? Balthasar insiste: é Deus! Deus é nosso purgatório, pois no Fogo devorador, que é o Espírito do Seu Filho Jesus, nos purifica, queimando amorosamente a escória dos nossos pecados no abrasamento apaixonado da Sua caridade, libertando-nos daquelas pequenas impurezas das quais não tivemos a coragem de nos libertar nos dias desta vida. Deus é nosso purgatório, pois no Santo Espírito de Jesus arremata a obra iniciada em nós nesta vida!

Pensemos, pois: Deus é nosso tudo, nossa Origem e nosso Destino. E tudo isto Ele é em Jesus Cristo, o Filho amado, através de quem e para quem o Pai tudo criou na potência do Espírito... É este o sentido profundo da meditação cristã sobre as coisas últimas. Todas as imagens que usamos e que o imaginário popular utiliza são para ilustrar esta realidade tão profunda e tão consoladora...

Post retirado do Blogger de Sua Excelência Reverendíssima Dom Henrique Soares da Costa

A situação da Igreja: uma ameaça, uma chance.



Caro Internatua, saiu o resultado do último censo no tocante à religião no Brasil. Diminuiu o número de católicos, como já era de se esperar. Por todos os lados aparecem análises desse resultado. Em maio de 2006 escrevi sobre este tema. Não mudo uma vírgula do que escrevi naquela época. Cada vez que sai uma nova pesquisa, republico o meu texto, porque é o que penso e me apraz compartilhar com outros esta análise... Aqui vai ela mais uma vez, toda inteira, tal como escrevi em maio de 2006, sem tirar nem pôr!


Recente estudo, apresentado na PUC de São Paulo, dá conta que a cada ano, no Brasil, a Igreja católica perde 1% de seus fiéis. Há gente muitíssimo preocupada com isso. É bom mesmo! Gostaria de partilhar com você, caro Visitante, alguns pensamentos sobre esta realidade.

(1) É necessário, antes de tudo, compreender que parte deste fenômeno é típico de nossa época e, neste sentido, não podemos fazer nada para detê-lo. Pela primeira vez na história humana a população mundial é preponderantemente urbana, vivendo num intenso processo de massificação, desenraizamento cultural e despersonalização e pressionada por uma gama desumanizante de informação. Os meios de comunicação, com sua incrível força de penetração, e o excesso de ideias em circulação desestabilizam os valores das pessoas e das sociedades de modo nunca antes imaginado. Esse fenômeno faz com que se perca o sentido e o valor da tradição. Não faz muito tempo, cada pessoa era situada em relação à sua família à sua comunidade. O indivíduo sabia quem era, de onde vinha, quais seus valores, qual seu universo existencial... Agora, isso acabou: cada um se sente só, numa corrida louca para ser feliz a qualquer custo, iludido, pensando que os valores dos antepassados e do seu grupo só são valores se interessarem a si próprio, individualmente: é verdade o que é verdade para mim; é bom o que realiza meus desejos e expectativas; cada um é a medida do bem e do mal. É triste, mas cada pessoa acha que tem o direito e o dever de começar do zero e "redescobrir a roda", de fabricar sua receita de felicidade, determinando de modo autônomo o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que não é. Isto é pura loucura, mas é assim! E lá vamos nós, gritando: "Eu tenho o direito de ser feliz; a vida é minha e faço como eu quero. Eu decido o que é certo e o que é errado..."

(2) No tocante à religião, o homem da sociedade consumista e hedonista do Ocidente não está à procura da verdade, mas sim do bem-estar. A sociedade ocidental já não crê que se possa atingir a Verdade e viver na Verdade. Agora há somente a verdadezinha de cada um, feita sob medida: é "verdade para mim" o que me faz sentir bem, o que resolve minhas necessidades imediatas. Religião não é mais questão de aderir à Verdade que dá sentido à existência, mas sim de entrar num grupo que resolva meus problemas afetivos, emocionais, de saúde e até materiais... Religião não é um modo de servir a Deus e nele me encontrar, mas um modo de me servir de Deus para resolver minhas coisas... Como diz o Edir Macedo, a Bíblia é uma ferramenta para se conseguir aquilo que se quer! Vivam RR Soares, Edir Macedo e companhia...

(3) A urbanização violenta e massificante faz com que as pessoas busquem refúgio em pequenos grupos que lhes proporcionem aconchego e segurança. Por isso as seitas atraem tanto: elas criam um diferencial entre mim e o mundo cão; dão-me a sensação de estar livre do monstro da desumanização, do anonimato, da nadificação...

Veja bem, meu Leitor, que contra esta realidade a Igreja não pode fazer muito. A multidão continuará presa das ideias desvairadas dos meios de comunicação; a busca do bem-estar egoístico continuará fazendo as pessoas buscarem a religião como um refúgio e um pronto socorro e, finalmente, a busca de se sentir alguém, fará as pessoas procurarem pequenos grupos nos quais se sintam acolhidas e valorizadas.

Mas, por que este fenômeno atinge sobretudo os católicos? Por vários motivos:

a) Somos a massa da população brasileira e não temos como dar assistência pastoral personalizada a todos os fiéis. Isso seria praticamente impossível, mesmo que tivéssemos o triplo do número de padres e agentes de pastoral...

b) Historicamente, nossa catequese deixou muito a desejar e nas últimas décadas piorou muito: é uma catequese de ideias vagas, mais ideológica que propositiva, ambígua, que não tem coragem de apresentar a fé com todas as letras... Ao invés, apresenta a opinião desse ou daquele teólogo... Assim, troca-se a clareza e simplicidade da fé católica (como o Catecismo a apresenta) por complicadas e inseguras explicações, fazendo a fé parecer uma questão de opinião e não uma certeza que vem de Deus; algo acessível a especialistas letrados e não aos simples mortais. Céu, inferno, anjos, diabo, purgatório, valor da missa, doutrina moral – cada padre diz uma coisa, cada um acha que pode construir sua verdade... Tudo tende a ser relativizado... Uma religião assim não segura ninguém e não atrai ninguém.Religião é lugar de experimentar a certeza que vem de Deus, não as dúvicas e vacilações dos tateamentos das opiniões humanas. É preciso que as opiniões cedam lugar à certeza da fé da Igreja!

c) No Brasil há, desde os anos setenta, uma verdadeira anarquia litúrgicaferindo de morte o núcleo da fé da Igreja. Bagunçou-se de tal modo a liturgia, inventou-se tanta moda, fez-se tanta arbitrariedade, que as pessoas saem da missa mais vazias que o que entraram. A missa virou o show do padre ou o show "criativo e maravilhoso" da comunidade. A missa tornou-se autocelebração... Mas, as pessoas não querem show, criatividade nem bom-mocismo: as pessoas querem encontrar Deus nos ritos sagrados! Hoje, infelizmente, celebra-se com mais respeito e seriedade um culto protestante ou um toque da umbanda que uma missa católica! No culto não se inventa, na umbanda não se inventa; na liturgia da Igreja do Brasil, o clero se sente no direito absurdo de inventar! Isso é um gravíssimo abuso e uma tirania sobre a fé do povo de Deus! É muita invenção, é muita criatividade fajuta. Bastaria abrir o missal e celebrar com devoção e unção, cumprindo as normas litúrgicas...

d) A Igreja no Brasil, em nome de uma preocupação com o social (que em si é necessária e legítima) descuidou-se dos valores propriamente religiosos e muitas vezes fez pouco da religiosidade popular (quantas vezes se negou uma bênção, uma oração de cura, a administração de um sacramento, uma procissão com a presença do padre, o valor de uma novena e de uma romaria...). Ora, hoje o “mercado” de religião é diversificado: se o padre não sabe falar de Deus, o pastor sabe; se na homilia não se prega a palavra, mas se a instrumentaliza política e ideologicamente, o pastor prega a palavra; se o padre não dá uma bênção, o pastor dá... Infelizmente, às vezes, tem-se a impressão que a Igreja é uma grande ONG, preocupada com um monte de coisas e não muito atenta a pregar Jesus Cristo e a sua salvação... Não se vê muito nossos padres e freiras apaixonados por Cristo e pelo Evangelho. Fala-se muito em valores do Reino, compromisso cristão, etc... Isso não encanta! Quem encanta, atrai, comove, converte e dá sentido a vida é uma Pessoa: Jesus Cristo!

e) Outra triste realidade é o processo de dessacralização. Parece que o clero e os religiosos perderam o sentido do sagrado. Adeus ao hábito religioso, adeus à batina, adeus ao clergyman, adeus à oração fiel e obediente da Liturgia das Horas, adeus ao terço diário ("para que terço?"), adeus ao ethos, isto é, àquele conjunto de realidades, de modo de ser e de viver que fazia com que o povo reconhecesse o padre como padre, o religioso como religioso, a freira como freira.Parece que se faz questão de transgredir, de chocar, de desnortear a expectativa do povo, de negar a identidade... Hoje tudo é ideologizado: a pobreza é "espiritual" e não real, material, concreta; assim também a obediência, a vida mística, a penitência e a mortificação e, muitas vezes, os votos e compromissos... Tem-se, portanto,uma religião cerebral e não encarnada na carne da vida, da existência concreta material... E nada mais anticristão que um cristianismo cerebral...

f) Nossas comunidades são meio frias; nossos padres não têm muito tempo. Não temos leigos capacitados para umapastoral da acolhida, que faça com que nossas igrejas estejam abertas e tenham pessoas para ouvir, aconselhar, consolar... Infelizmente, ainda que não queiramos, às vezes a Igreja parece uma grande repartição pública e impessoal... A paróquia somente terá futuro como cadeia de comunidades vivas e aconchegantes, nas quais se façam efetivamente a experiência da proximidade de Deus e dos irmãos...

g) As homilias em nossas missas são chatas e moralizantes: só dizem que devemos ser bonzinhos, justos, honestos... A homilia deveria ser anúncio alegre da Palavra que comunica Jesus e sua salvação, tal como a Igreja sempre creu, celebrou e anunciou. A homilia deve ainda ser fruto de uma experiência de Deus; somente assim reflete um testemunho e não um exercício de propagandaA fé que devemos anunciar é a fé da Igreja, não nossas teorias e nossas idéias estapafúrdias... Isso desnorteia e destrói a fé do povo de Deus. Por que alguém seria católico se nem os ministros da Igreja acreditam realmente na sua doutrina e na sua moral? Os padres nisso têm uma imensa responsabilidade e uma imensa parcela de culpa!

Sinceramente, penso que o número de católicos diminuirá mais e drasticamente. Mas, não devemos nos assustar. Veja, caro Visitante, e pense:

1. O cristianismo nunca deveria ser uma religião de massa. A fé cristã deve nascer de um encontro pessoal e envolvente com Cristo Jesus. Somente aí é que eu posso abraçar o ser cristão com todas as suas exigências de fee de moral. Nós estamos vendo o fim do cristianismo de massa, que começou com o Edito de Milão, em 313, e com o batismo de Clóvis, rei dos francos, e de todo o seu povo, em 496, na Alta Idade Média. No Brasil, esse cristianismo de massa começou com a colonização e o sistema do padroado. Aí, ser brasileiro e ser católico eram a mesma coisa. Ora, será que no cristianismo pode mesmo haver conversão de massa?

2. A Igreja voltará a ser um pequeno rebanho, presente em todo o mundo, mas com cristãos de tal modo comprometidos com o Evangelho, de tal modo empolgados com Cristo, de tal modo formando comunidades de vida, oração, fé e amor fraterno, que serão um sinal, uma luz, uma opção de vidapara todos os povos da terra. Era isso que os Padres da Igreja desejavam: não que todos fossem cristãos a qualquer custo, mas que os cristãos fossem, a qualquer custo, cristãos de verdade, sal da terra e luz do mundo, entusiasmados por Cristo e por sua Igreja católica.

3. O fato de sermos minoria e mais coerentes com o Evangelho, nos fará diferentes do mundo e redescobriremos a novidade e singularidade do ser cristão. Isso nos fará atraentes para aqueles que buscam com sinceridade a Luz e a Verdade. Por isso mesmo, a Igreja não deve cair em falsas soluções de um cristianismo frouxo e agradável ao mundo, de uma moral ao sabor da moda, de um ecumenismo compreendido de modo torto e de um diálogo interreligioso que coloque Cristo no mesmo nível das outras tradições religiosas. Ecumenismo e diálogo religioso sim, mas de acordo com a fé católica! O remédio para a crise atual e o único verdadeiro futuro da Igreja é a fidelidade total e radical a Cristo, expressa na adesão total à fé católica.

4. É imprescindível também melhorar e muito a formação dos nossos padres e religiosos. Como está, está ruim. Precisamos de padres com modos de padres e religiosos com modos de religiosos; precisamos de padres e religiosos bem formados humana, afetiva, teológica e moralmente. O padre e o religioso são pessoas públicas e devem honrar a imagem da Igreja e o nome de cristãos; devem saber portar-se ante o mundo, as autoridades e a sociedade. Nisso tem havido grave deficiência no clero e nos religiosos do Brasil...

É importante perceber que, apesar de diminuir o número de católicos, nunca as comunidades católicas foram tão vivas, nunca os leigos participaram tanto, nunca se sentiram tão Igreja, nunca houve tantas vocações. Muitas vezes, os leigos são até mais fervorosos e radicais (no bom sentido) que padres e religiosos. A Igreja está viva, a Igreja é jovem, a Igreja continua encantada por Cristo! O clero e os religiosos deveriam deixar de lado as ideologias, as teorias pouco cristãs e nada católicas defendidas em tantos cursos de teologia e livros muito doutos e pouco fiéis, e serem mais atentos ao clamor do povo de Deus e aos sinais dos tempos – sinais de verdade, que estão aí para quem quiser ver, e não os inventados por uma teologia ideologizada de esquerda! Além disso, é necessário considerar que a Igreja não é nossa: é de Cristo. Ele a está conduzindo, está purificando-a, está levando-a onde ele sabe ser o melhor para que seu testemunho seja mais límpido, coerente e puro. Nós temos os nossos caminhos, Deus tem os dele; temos os nossos planos e modos que, nem sempre, coincidem com os do Senhor. Pois bem, façamos a nossa parte. Deus fará o resto!

Isso é o que eu penso, sinceramente, e com todo o meu coração.

Post retirado do Blogger de Sua Excelência Reverendíssima Dom Henrique Soares da Costa

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ideologia do Gênero: Ciência nega CATEGORICAMENTE que o Gênero seja “construção social”.


E criou Deus o homem à Sua Imagem
à Imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
Génesis 1:27

Por Pär Ström


Muitas feministas alegam que as distinções que podem ser observadas entre os homens e as mulheres são ensinadas. Segundo elas, são as expectativas ambientais que pressionam os rapazes a agir como rapazes e as mulhers agirem como mulheres. Estas diferenças, dizem-nos elas, permanecem por toda a vida.

“Não se nasce mulher; torna-se numa” Simone de Beauvoir (1908-1986).

A teoria em torno do gênero como uma construção social chegou até a ser aceite politicamente [na Suécia]. O governo social democrata da altura colocou isso mesmo na sua declaração governamental de 2002. Isto encontra-se na declaração governamental Skr 2002/2003:140.

“Apesar da longa história em torno do trabalho ativo em prol da igualdade, a nossa sociedade continua caracterizada por uma estrutura de poder de gênero. No futuro, o nosso trabalho deve possuir uma direcção mais feminista. Isto significa que temos que estar cientes da estrutura de poder de género – que as mulheres são subordinadas e os homens superiores – e temos que estar preparados para mudar esta situação. Isto significa também que o governo tem que considerar o masculino e o feminino como “construção social”, isto é, padrões de género criados externamente após o nascimento através da nossa educação, cultura, enquadramentos económicos, estruturas de poder e a nossa ideologia politica.

Quem estuda as pesquisas e os dados científicos, em vez de documentos políticos, encontrará diferenças significativas entre os sexos já na altura no nascimento. Estas diferenças genéticas controlam muitos dos traços que estão por trás do nosso comportamento diário.

Quais são as diferenças entre os sexos?

Um dos grandes nomes desta área é Simon Baron-Cohen, professor na Universidade de Cambridge na Grã-Bretanha. Cohen desenvolveu a assim chamada ‘E-S Theory’ [daqui para a frente, referida apenas como EST] onde ‘E’ significa empatia e S significa sistematização. Ser empático implica que uma pessoa conecta-se a outros seres humanos, entende-os e comunica com eles. Sistematização significa que uma pessoa analisa, entende e constrói sistemas – sistemas abstratos ou sistemas técnicos.

Segundo a EST, e analisando a forma como o cérebro funciona, as pessoas podem ser divididas em 3 grandes grupos. Os tipos de cérebro são:

  • O cérebro E onde a aptidão empática supera em muito a sua habilidade para sistematizar.
  • O cérebro S onde a aptidão para sistematizar é maior que a sua aptidão para a empatia.
  • O cérebro B onde as duas capacidades se encontram igualmente desenvolvidas.

Segundo o professor Baron-Cohen, o cérebro E é típico das mulheres e o cérebro S é típico dos homens. Existem variações individuais e excepções mas o padrão geral é forte.

Outro pesquisadora que também possui um interesse pelo tópico é Annica Dahlström, professora emérita no departamento de química médica e biologia celular na Universidade de Gotemburgo. Ela dedicou 15 anos da sua vida a este assunto. No seu livro ‘Gender is in the Brain’ ["O Género Encontra-se no Cérebro"] ela reporta a complexa relação química entre os hormonas, o cérebro, e outros órgãos que, tanto antes como depois do nascimento, transformam os seres humanos em homens e mulheres.

Mesmo que existam discrepâncias individuais, Annica Dahlström afirma que existem coisas como características “femininas típicas”, e características “masculinas típicas”. Segundo Dahlström, em média as mulheres são:

  • Mais empáticas e preocupadas
  • Melhores na comunicação verbal e linguagem
  • Detectam mais nuances e detalhes com os seus olhos e ouvidos.
  • São mais sensíveis ao estado de espírito dos outro bem como aos sinais sutis
  • Podem fazer associações mais rápidas com informação guardada anteriormente
  • São melhores no multitasking [várias tarefas ao mesmo tempo]

Com os homens, no entanto, segundo Dahlström, eles:

  • Estão mais dispostos a correr riscos e a competir
  • São melhores a concentrar a sua atenção a um tópico de cada vez
  • São vastamente superiores no pensamento abstrato.
  • Possuem melhor visão tri-dimensional
  • São mais extremos (em ambas as direções) no que toca a inteligência (embora a inteligência média entre os sexos seja a mesma)

Um terceiro pesquisador a levar em conta é Germund Hesslow, professor de neuro-ciência na Universidade de Lund. Ele afirma que as diferenças entre homens e mulheres encontram-se bem documentadas. Por exemplo, diz Hesslow, os homens, no geral, possuem uma habilidade superior para pensamento espacial e resolução de problemas matemáticos. Para além disso, os homens são mais agressivos e determinados no que toca a correr riscos.

As mulheres, diz Hesslow, são mais compassivas (especialmente com as crianças) e mais cuidadosas na escolha dos parceiros. Quando comparadas com os homens. as mulheres têm mais dificuldade em considerar relações sexuais breves. Tal como Dahlström, Hesslow também afirma que os homens exibem uma maior distribuição de inteligência que as mulheres.2

Eu poderia continuar a citar outros pesquisadores que documentaram as diferenças entre os sexos, mas em vez disso, vamos analisar o que as pesquisas dizem em tornos das causas dessas distinções.

Comportamento aprendido ou diferenças genéticas?

Pode-se dizer, portanto, que há distinções entre os sexos. Mas serão essas distinções aprendidas ou genéticas? Apesar do ambiente social ter influência, existe uma lista enorme de estudos científicos que ressalvam a enorme e significativa importância das diferenças biológicas entre os sexos. A Scientific American sumarizou a questão muito bem num artigo em torno do cérebro masculino e do cérebro feminino. Isto é que eles escreveram:

Durante a década passada, os investigadores documentaram uma surpreendente quantidade de variações [diferenças] estruturais, químicas e funcionais entre o cérebro masculino e o feminino. 3

Analisemos um certo número projectos de pesquisa que demonstram que a genética encontra-se por trás de muitas das diferenças entre os sexos que podemos observar. Podemos começar na Suécia com Arne Müntzing, geneticista e professor de hereditariedade.

Ainda em 1976 ele estudou bebés com 12 semanas, que dificilmente poderiam ter sido influenciados pelos papéis de género [inglês: "gender roles"], e observou diferenças essenciais no comportamento dos rapazes e das moças. Müntzing escreveu:

Os rapazes ganham muito cedo um melhor entendimento da espacialidade, a posição dos corpos em relação aos outros. Esta é provavelmente a razão que leva a que, mais tarde, os rapazes se interessem mais que as moças em construções técnicas e problemas matemáticos.

As mulheres, por outro lado, buscam os problemas segundo um ângulo humano. Não é só o meio ambiente que leva a que as meninas coloquem os soldados de chumbo numa cama de algodão de modo a que eles estejam confortáveis e bem aquecidos. 4

No ano de 1999 a estudante de doutoramento Anna Servin - Instituto de Psicologia da Universidade de Uppsala - levou a cabo um estudo em 300 crianças. Este projeto foi feito em cooperação com pesquisadores e médicos do Hospital Huddinge Hospital. Servin detectou claras diferenças comportamentais presentes já aos 9 meses, diferenças essas que, posteriormente, aumentaram com o passar do tempo.

Ela escreveu na sua tese que é a quantidade de andrógenos (hormonas masculinos) que determina o comportamento da criança, incluindo coisas como o tipo de brinquedos com os quais a criança quer brincar.5

Esta é a forma como Anna Servin sumarizou as diferenças comportamentais entre os rapazes e as mulheres e a forma como estas características influenciam a escolha de brinquedos:

De modo geral, os rapazes possuem uma aptidão espacial; eles vêem e entendem como os vários tipos de construção funcionam e ficam mais satisfeitos com brinquedos de construção.

As meninas são melhor equipadas verbalmente e possuem um interesse maior nos relacionamentos. Como tal, escolhem brinquedos que estão de acordo com estas habilidades.

Fala a testosterona.

O professor Richard Udry - Universidade da Carolina do Norte - comparou os níveis de testosterona nos fetos femininos com a atitude e comportamento das mesmas pessoas 30 anos mais tarde. Ele verificou que há uma conexão entre o nível de testosterona durante a altura fetal e o nível de comportamento masculino/feminino nos seus 30 anos. O comportamento monitorizado nos adultos foi a sua atitude perante as crianças, casamento, trabalho, carreira e a sua aparência.

Níveis elevados de testosterona durante a fase fetal correspondiam a comportamentos menos femininos e atitudes menos femininas.6

Os ftalatos são um grupo de compostos químicos que inibem os hormonas sexuais. Oito pesquisadores da Universidade de Rochester descobriram que os rapazes que são expostos aos ftalatos durante a fase fetal irão brincar de uma forma menos masculina com outros rapazes.7 Análogo a isto. Sete pesquisadores da Universidade de Cambridge concluíram que elevados níveis de hormona sexual masculino – testosterona – durante a fase fetal resultará num comportamento mais masculino durante as brincadeiras. 8

Um grupo de pesquisadores americanos e britânicos concluiu que o nível de testosterona durante a fase fetal determinará o quão interessada em sistematização a criança mais tarde ficará. Quanto maior for o nível de testosterona, maior será o interesse em sistematização. 9

Uma quarta pesquisa determinou que meninas que sofrem de “Congenital Adrenal Hyperplasia Disorder” – isto é, níveis anormais da hormona masculina testosterona – irão preferir brinquedos de construção e brinquedos de transporte mais do que as outras meninas. Para além disso, elas irão brincar de forma mais dura e agressiva..10

Desde a mais tenra idade que os rapazes se encontram mais interessados em objetos mecânicos enquanto que as muleres nutrem um interesse maior por rostos. Um projecto de pesquisa mostrou que as mulheres  com um ano de idade demoravam mais tempo que os rapazes a olhar para a cara da mãe. Quando se mostravam filmes às crianças com 1 ano, as meninas demoravam mais tempo que os rapazes a olhar para os filmes que exibiam uma cara, enquanto que os rapazes demoravam mais tempo a observar filmes que exibiam carros.11

Será possível que estas crianças de 1 ano tenham sido influenciadas pelas expectativas do mundo à sua volta em torno dos papeis de género? De modo a investigar esta crença, estes pesquisadores continuaram com o trabalho e levaram a cabo um estudo similar em crianças com 1 dia de vida.

As crianças poderiam escolher entre olhar para o rosto duma mulher ou olhar para dispositivo móvel mecânico que, na sua cor, tamanho e forma, lembrava o rosto!. Os resultados demonstraram que os bebés masculinos dedicavam mais tempo a olhar para o dispositivo móvel enquanto que as bebés femininas devotavam a maior parte do tempo a olhar para o rosto.

O professor Simon Baron-Cohen da Universidade de Cambridge apurou também que as meninas com 12 meses de idade possuem uma resposta mais empática aos problemas alheios que os rapazes com a mesma idade.12

Há algum tempo atrás o hormônio feminino dietilestilbestrol foi usado para tratar as mulheres que haviam tido abortos espontâneos consecutivos. Isto viabilizou alguns interessantes projetos de pesquisa. Entre outras coisas, ficou demonstrado que os rapazes que nasciam de mulheres que haviam recebido o em cima mencionado tratamento - isto é, que haviam recebido hormonios femininos - demonstravam comportamento mais “feminino” e mais empático. Por exemplo, quando comparados com outros rapazes, eles demonstravam um maior interesse em brincar com bonecas.13

Outra pesquisa foi levada a cabo nos rapazes nascidos com a deformação IHH, significando que os seus testículos eram pequenos e, desde logo, produtores de quantidades menores de testosterona. Os estudos mostraram que estes rapazes eram piores que outros rapazes na sistematização de formas espaciais.

Adicionalmente, existem rapazes que nascem com o AI Syndrome, condição que deixa os rapazes não-receptivos aos andrógenos (hormonio sexual masculino) Eles são piores na sistematização espacial. Ao mesmo tempo, as moças nascidas com Congenital Adrenal Hyperplasia Disorder, que, como dito em cima, resulta em níveis anormais de andrógenos (masculinos), são mais inteligentes na sistematização espacial que as outras mulheres.14

Existe também um projeto de pesquisa que demonstra como o nível de testosterona determina o nível de riscos económicos na idade adulta. Entre outras coisas, os pesquisadores estabeleceram que as mulheres que escolhem uma carreira na área das finanças possuem níveis de testosterona superiores, quando comparadas com outras mulheres.15

O periódico sueco Illustrerad Vetenskap (Ciência Ilustrada)

Pesquisas recentes mostram que os homens possuem 6,5 vezes mais massa encefálica cinzenta que as mulheres, enquanto que elas possuem 10 vezes mais massa encefálica branca que os homens. Isto pode explicar o porque dos homens serem melhores, por exemplo, em matemática, enquanto que as mulheres são melhores nas línguas.

Homo Sapiens é um animal.

Estudos em torno do mundo animal são interessantes uma vez que os animais dificilmente podem ser influenciados pelas normas sociais e papéis de género humanos. Se a natureza criou [sic] os animais de modo a que os sexos sejam distintos por motivos biológicos, porque é que os homo sapiens seria uma exceção? Seguem-se alguns projetos de pesquisa com os animais interessantes.

Um estudo usou um certo número de macacos a quem foram dados um certo número de brinquedos. Eles encontravam-se entre bonecas, caminhões e brinquedos genericamente neutros como livros com pinturas.

Os pesquisadores observaram como os machos passavam mais tempo a brincar com os brinquedos “masculinos” enquanto que as fêmeas passavam mais tempo que os machos a brincar com os brinquedos “femininos”.

Ambos os sexos passaram o mesmo tempo em redor dos livros com imagens e em redor de outro brinquedos genericamente neutros.17

Outro projeto expôs os fetos fêmea dos macacos aos andrógenos (hormonas sexuais masculinos). Mais tarde, enas suas brincadeiras, estas fêmeas exibiram um comportamento mais masculino que as demais fêmeas.18

Uma terceira pesquisa levada a cabo por um terceiro grupo de cientistas ofereceu paus como brinquedos aos macacos e observou como as fêmeas, de forma bem clara, brincavam com os paus como se os mesmos fossem bonecas, algo que os machos fizeram em escala muito menor.19

Num quarto projecto os pesquisadores deram dois tipos de brinquedos aos macacos – veículos com rodas e brinquedos de peluche. Os machos demonstraram um forte e persistente interesse nos veículos enquanto que as fêmeas não demonstraram qualquer tipo de interesse por nenhum dos brinquedos.20

Um quinto estudo em torno dos macacos demonstrou como, em larga escala, os machos focaram-se nos carros enquanto que as fêmeas preferiram as bonecas.21

Experiências foram também levadas a cabo com ratos. As fêmeas injectadas com testosterona à nascença aprenderam mais rapidamente a navegar pelo labirinto que as fêmeas sem o hormona. Elas atingiram também uma proficiência final superior que as fêmeas que não receberam o hormona masculino. O labirinto testava a aptitude espacial.22

Em jeito de conclusão podemos determinar que a alegação “o género é uma construção social” é um mito.

Antes de terminar este capítulo, gostaria de falar nas diferenças genéticas entre os sexos que possuem um peso enorme no debate em torno da igualdade.

Como mencionei anteriormente, os homens e as mulheres possuem a mesma inteligência média mas a inteligência é mais dispersa entre os homens. Isto significa que há mais tolos e génios entre os homens enquanto que as mulheres se encontram a meio da escala.

Esta amplitude pode ser considerada como desinteressante do ponto de vista da igualdade. Afinal, o fato da inteligência média entre ambos os sexos ser basicamente a mesma não é o mais importante?

Mas consideremos o fato de existirem muitas situações onde o foco se encontra completamente nos extremos e particularmente no extremo mais elevado: os génios. A maior amplitude masculina implica com lógica matemática que há mais génios entre os homens do que entre as mulheres. O que é que isto significa para a composição genética dos, por exemplo, prémio Nobel?

Do ponto de vista puramente estatístico é, portanto, normal que haja mais laureados entre os homens em áreas que exijam mais inteligência. Isto foi também ressalvado por Annica Dahlström23 e Germund Hesslow,24 que, por sua vez, provocou respostas violentas. Mas a realidade é o que é independentemente do que cada um pensa dela.

O fato das mulheres serem compensadas por terem entre si menos tolas do que o número de menos inteligentes entre os homens não recebe muita atenção mediática porque os menos inteligentes raramente se encontram no foco dos holofotes. Mas isto provavelmente contribui também para o fato de haver menos mulheres nas camadas mais baixas da sociedade tais como as prisões ou entre os sem abrigo.



Referências:

1 ‘The Essential Difference: The Truth about the Male and Female Brain’, Simon Baron-Cohen, 2003
2 Article ‘Omöjlig kamp för att uppnå likhet mellan könen’, DN.se op-ed page (available online, date n/a)
3 Article ‘His Brain, Her Brain’, Scientific American, May 2005
4 ‘Varför är vi olika? kvinna and man, svart and vit, kropp and själ’, Arne Müntzing, 1976
5 Article ‘Hormoner styr hur barn leker’, Aftonbladet. Available online, date n/a
6 Article ‘Biological limits of gender construction’, American Sociological Review, Vol 65, No 3, pp 443-457
7 Article ‘Prenatal phthalate exposure and reduced masculine play in boys’, International Journal of andrology
8 Article ‘Fetal Testosterone Predicts Sexually Differentiated Childhood Behavior in Girls and in Boys’, Psychological Science
9 Article ‘Foetal testosterone and the child systemizing quotient’, European Journal of Endocrinology, vol 155
10 Handbook of social psychology, Volume 1, page 639, Susan T Fiske, Daniel T Gilbert, Gardner Lindzey

11 Paper ‘The Essential Difference: the male and female brain’, Phi Kappa Phi Forum 2005 (Special issue on the Human Brain)
12 Paper ‘The Essential Difference: the male and female brain’, Phi Kappa Phi Forum 2005 (Special issue on the Human Brain)
13 Paper ‘The Essential Difference: the male and female brain’, Phi Kappa Phi Forum 2005 (Special issue on the Human Brain)
14 Article ‘Risky Business – Women Have Higher Testosterone In Financial Careers’, Science 2.0, 24 August 2009
15 Article ‘Lär sig flickor and pojkar olika?’ Illustrerad Vetenskap, 16 March 2011
16 Article ‘His Brain, Her Brain’, Scientific American, May 2005
17 Handbook of social psychology, Volume 1, page 639, Susan T Fiske, Daniel T Gilbert, Gardner Lindzey
18 Article ‘Young female chimpanzees appear to treat sticks as dolls’, 20 December 2010, PhysOrg.com
19 Williams CL and Pleil KE. 2008. ‘Toy story: Why do monkey and human males prefer trucks? Comment on ‘Sex differences in rhesus monkey toy preferences parallel those of children’, Hassett, Siebert an Wallen
20 Alexander G and Hines M. 2002. ‘Sex differences in response to children’s toys in nonhuman primates, Evolution and Human Behavior’
21 Paper ‘The Essential Difference: the male and female brain’, Phi Kappa Phi Forum 2005 (Special issue on the Human Brain)
22 Article in DN Debatt, ‘Långt färre kvinnliga än manliga genier’. Available online, date n/a
23 Article ‘Omöjlig kamp för att uppnå likhet mellan könen’, DN Debatt. Removed from the web but copies still available – search for the title, date n/a
24 Article ‘HisBrain, HerBrain’, ScientificAmerican, May 2005, ‘Human sex differences in social and non-social looking preferences at 12 months of age’, Svetlana Lutchmaya, Simon Baron-Cohen

Cristofobia: 17 cristãos são mortos por hora, a cada dia, em algum lugar do mundo!



Cristãos coptas protestam contra extremismo islâmico

A celebração anual dos Estados Unidos pelo Dia da Independência foi acompanhada este ano pela Fortnight for Freedom dos bispos dos EUA, uma rodada de oração e de defesa dedicada à preservação da liberdade Religiosa. O exercício renovou o debate sobre se há ou não uma guerra contra a religião nos Estados Unidos, alimentada, naturalmente, pela política das eleições de 2012.

A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada no jornal National Catholic Reporter, A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Inegavelmente, há importantes questões Igreja-Estado em jogo nos EUA,  em um crescente número de outros lugares, porem, há uma guerra decididamente literal contra a religião vindo pela frente. Suas vítimas  são ameaçadas, espancadas, presas e até mesmo assassinadas.

Aqui está um rápido retrato do que estava acontecendo ao redor do mundo.

- O Pe. Joseph Zhao Hongchun, administrador apostólico da diocese chinesa de Harbin, foi levado sob custódia policial no dia 4 de julho para impedi-lo de alimentar a oposição à ordenação ilícita de um novo bispo de Harbin orquestrada pelo governo. Ele foi detido por três dias e liberado apenas depois que a ordenação ocorreu.

- O novo bispo auxiliar de Xangai, Dom Thadddeus Ma Daqin, foi posto sob prisão domiciliar em um seminário depois de ter renunciado publicamente à Associação Patriótica dos Católicos Chineses controlada pelo governo durante a sua missa de ordenação no dia 7 de julho, que ocorreu com a bênção do papa.

- O Rev. Kantharaj Hanumanthappa, pastor pentecostal no estado indiano de Karnataka, estava celebrando um culto no dia 4 de julho quando 20 radicais hindus invadiram o lugar para acusar os cristãos de proselitismo, ameaçando-os se não fossem embora. Uma denúncia policial foi arquivada, mas nenhuma ação foi tomada.

Igreja incendiada no Cairo - Egito

- A casa particular do pastor Ramgopal, ministro pentecostal do estado indiano de Uttar Pradesh, foi invadida pela polícia juntamente com radicais hindus. O grupo supostamente teria dito ao pastor: “Ou você vai embora e nunca mais volta, ou nós vamos prendê-lo”. Ele foi libertado somente depois de assinar uma declaração prometendo a não celebrar mais serviços de oração na região.

- Um padre católico no Vietnã, J. B. Nguyen Dinh Thuc, foi atacado por policiais à paisana e por bandidos que supostamente teriam recebido 25 dólares por cabeça para invadir uma capela missionária em uma área rural no dia 1º de julho. Seu objetivo era impedir a celebração de uma missa, parte do que os católicos locais descrevem como uma política de “limpeza religiosa” imposta por Hanói. Quando o padre tentou abrir caminho pela multidão, ele foi espancado, juntamente com diversos leigos que foram em seu socorro. Maria Thi Than Ngho, uma das leigas, sofreu uma fratura no crânio durante o confronto. Até o fechamento desta edição, ela permanecia em estado crítico.

- Yelena Kim, uma batista do Uzbequistão, presa no fim de junho por ter “ensinado religião ilegalmente”, está agora diante de três anos atrás das grades depois que a polícia invadiu a sua casa e confiscou as suas Bíblias, seus hinários e outros materiais religiosos.

- Ghulam Abbas, um homem com deficiência mental de uma região do Punjab sob o controle paquistanês, foi jogado na prisão no dia 3 de julho, depois de rumores de que ele havia queimado algumas páginas de um Alcorão. Antes de que se pudesse fazer qualquer investigação ou julgamento, uma multidão muçulmana extremista invadiu a cadeia, arrastou Abbas da sua cela e o queimou vivo. Segundo observadores locais, esse é pelo menos o 35º assassinato extrajudicial que ocorre depois de uma detenção segundo as famosas leis da blasfêmia do Paquistão desde 1986.

Profundos agradecimentos ao serviço de notícias Asia News por nos trazer essas histórias, que, de outra maneira, seriam quase totalmente negligenciadas.

Mapa da Cristofobia

Esses relatos dão carne e sangue à mais impressionante narrativa cristã do início do século XXI, que é o surgimento de toda uma nova geração de Mártires pela Fé. Segundo a Sociedade Internacional para os Direitos Humanos, 80% de todos os atos de discriminação religiosa no mundo de hoje são dirigidos contra cristãos, tornando o cristianismo, de longe, a comunidade religiosa mais perseguida do planeta. Estimativas confiáveis dizem que cerca de 150 mil cristãos são mortos pela fé todos os anos, o que se traduz em 17 novos mártires a cada hora de cada dia.

A história de Abbas no Punjab também é um lembrete de que os cristãos não são os únicos que sofrem, já que os relatos sugerem que ele era, na realidade, um muçulmano. De acordo com um recente estudo de uma comissão daConferência dos Bispos do Paquistão, pelo menos 964 pessoas foram acusadas sob as leis da blasfêmia entre 1986 e 2009, das quais 479 eram muçulmanas, 119 cristãos, 340 ahmadis, 14 hindus e 10 de outras religiões. Essas detenções, muitas vezes, são o pretexto para violências e assassinatos realizados em multidão, como no caso Abbas.

Os bispos dos EUA, em colaboração com a Catholic University of America e o Catholic Relief Services, estão planejando realizar uma conferência intitulada Liberdade religiosa internacional: Um imperativo para a paz e o bem comum no dia 12 de setembro em Washington. O cardeal Timothy Dolan, de Nova York, fará o discurso de abertura, e um alto diplomata vaticano, o arcebispo francês Dominique Mamberti, foi convidado para proferir o discurso de encerramento.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

(Especial) Dom Eugênio Sales


Galeria de fotos: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/fotos/2012/07/veja-fotos-da-vida-de-dom-eugenio-sales.html#F502088

Arquidiocese do RJ divulga texto sobre vida de dom EUGÊNIO Sales



Texto é assinado pelo arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta.

Arcebispo emérito do Rio tinha 91 anos e sofreu um infarto em casa.

Leia a o texto na íntegra:
"O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, cumpre o dever de informar do falecimento de seu antecessor: o Emmo. e Revmo. Senhor Cardeal Dom Eugenio de Araujo Sales, Arcebispo Emérito desta Arquidiocese. O mais antigo cardeal da Santa Igreja morreu serenamente no final da noite de ontem, 9 de julho, celebração de Santa Paulina do Coração Agonizante, na Residência Episcopal de Nossa Senhora da Assunção, no Sumaré. Deixa-nos com os belos números de 91 anos de vida, 69 de sacerdócio, 58 de episcopado e 43 de cardinalato.

Filho do Desembargador Celso Dantas Sales e de Josefa de Araujo Sales, nasceu em Acarí, Rio Grande do Norte, em 8 de outubro de1920, estado onde viveu e cursou os hoje chamados ensinos fundamental e médio. Sentindo-se chamado ao sacerdócio, em 1936 pede ingresso no Seminário Menor de São Pedro, sendo, no ano seguinte enviado para o Seminário Maior da Prainha em Fortaleza, Ceará, onde estudará filosofia e teologia, aí passando 7 anos. Dom Eugenio sempre falou com carinho do Seminário da Prainha; além disso, nunca esqueceu de ter sido “seminarista hóspede”, já que pertencia à Diocese de Natal, como Arcebispo do Rio de Janeiro favoreceu a formação de um grande número de sacerdotes de todo o Brasil.

Ordenado sacerdote em 21 de novembro de 1943, desenvolveu várias atividades pastorais, destacando-se pelo pioneirismo na ação social, valorizando a participação dos leigos que viam nele uma liderança natural. O jovem que queria ser engenheiro agrônomo, nunca se esqueceu o campo e seus problemas, fundou em 1949 o Serviço de Assistência Rural, formando equipes que trabalhavam tanto na área social quanto formação religiosa, buscando a melhoria de integral do homem do campo, cujo progresso incluirá uma melhor compreensão de sua dignidade e dos direitos que daí derivarão. Desse trabalho pastoral surgirão ascomunidades eclesiais de base, fruto também das Escolas Radiofônicas.

Em 1954, Pio XII o nomeia bispo-auxiliar de Natal, sendo ordenado aos 15 de agosto deste ano, solenidade da Assunção de Nossa Senhora, por Dom José de Medeiros Delgado. Feito bispo, sua atividade se multiplica naquilo se costuma denominar Movimento de Natal, um formidável conjunto de iniciativas, em grande parte bem sucedidas, de promoção humana em todas as suas dimensões.

Em 1964 é nomeado Administrador Apostólico da Arquidiocese de Salvador, deixando seu querido Rio Grande do Norte – a vida inteira se reconhecerá nordestino –, 4 anos depois (1968) se tornará Arcebispo-Primaz do Brasil, posição que deixará, caso raro, para assumir esta Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1971, já como Cardeal do Título Presbiteral de São Gregório VII, para o qual fora nomeado por Paulo VI em 1969. A Dom Eugenio custava deixar Salvador, como foi difícil deixar Natal, mas, como dizia, estava sempre pronto para obedecer, e “obedecer com alegria” a voz do Sucessor de Pedro. Aliás, este foi um dos aspectos mais belos de sua personalidade: a fidelidade irrestrita ao Papa. O Cardeal tinha autêntica devoção ao Sumo Pontífice e foi universalmente reconhecido por isso. Amigo pessoal de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, sempre ouvimos de sua boca a convicção: seguir o Papa em suas mínimas orientações, pois é o melhor para a Igreja, para a diocese, para cada católico. Nesta defesa nunca temeu ser impopular.

Seu destemor mostrou-se também por ocasião da defesa dos perseguidos políticos. O Cardeal Sales, silenciosamente, como ele mesmo gostava de dizer, protegeu os presos políticos, ajudou-os materialmente e foi a sua voz junto às autoridades de então, e sempre foi ouvido pelo respeito de suas posições claras, não se comprometendo nem com os detentores do poder e nem com a luta armada. Muitos conhecemos histórias, vimos fotos da proteção e asilo dadas a perseguidos não só a nacionais, mas também dos países vizinhos. Socorreu, protegeu pessoas cujas posições ideológicas estavam, por vezes, em nítido contraste com a fé católica; mas, para Dom Eugenio, sua ação não poderia ser diferente, impulsionado pelo cumprimento simples e objetivo da moral católica que diferencia o pecado do pecador.

Muitas ações de Dom Eugenio foram consideradas fundamentais na vida da cidade do Rio de Janeiro, como foi o caso da Favela do Vidigal, cujos moradores não foram removidos graças à sua intervenção através da Pastoral das Favelas; a Pastoral do Menor, ambulatórios e abrigos para carentes, aidéticos… segundo a necessidade se apresentava. Enfim, uma ampla e silenciosa rede de assistência aos mais pobres que foi idealizada, levada a efeito e protegida por Dom Eugenio em seu longo governo de 30 anos em nossa Arquidiocese. Sem hostilizar os ricos, na ação social priorizava os mais pobres, tanto na assistência imediata, quanto na promoção social; não esquecendo de, serenamente, refletir sobre as causas da pobreza, denunciando-as, despidas de ideologias, em programas de rádio e televisão, em artigos em vários jornais que manteve enquanto a saúde lhe permitiu.

A vida do Sacerdote, Bispo e Cardeal Dom Eugenio de Araujo Sales bem pode ser sintetizada pelo lema episcopal que escolheu: Impendam et superimpendar. O texto é tirado de 2Cor 12,15: "Quanto a mim, de bom grado despenderei, e me despenderei todo inteiro, em vosso favor. Será que, dedicando-vos mais amor, serei, por isto, menos amado?" Talvez não tenha sido por todos compreendido, sobretudo por quem dele tem um olhar superficial, mas não será esquecido nesta Arquidiocese e por tantos que sempre o chamarão de pai".
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BENTO XVI MANIFESTA SUA TRISTEZA COM A MORTE DO CARDEAL DOM EUGÊNIO SALES
Telegrama enviado ao Arcebispo do Rio, Dom Orani

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 10 julho de 2012 (ZENIT.org) - Bento XVI manifestou a sua profunda tristeza com a morte do Cardeal Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio, através de telegrama enviado a Dom Orani Tempesta.
Exmo Revmo Dom Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro


Recebida a triste notícia do falecimento do venerado Cardeal Eugênio de Araújo Sales, depois de uma longa vida de dedicação à Igreja no Brasil, venho exprimir meus pêsames a si e aos bispos auxiliares, ao clero e comunidades religiosas, e aos fiéis da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que por três décadas teve nele um intrépido pastor, revelando-se autêntica testemunha do evangelho no meio do seu povo. Dou graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor que, nos seus quase setenta anos de sacerdócio e cinquenta e oito de episcopado, procurou apontar a todos a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade, em permanente atenção pelos mais desfavorecidos, na fidelidade ao seu lema episcopal: “impendam et superimpendar” (gastarei e gastar-me-ei por inteiro por vós). Enquanto elevo fervorosas preces para que Deus acolha na sua felicidade eterna este seu servo bom e fiel, envio a essa comunidade arquidiocesana, que lamenta perda dessa admirada figura, à Igreja no Brasil, que nele sempre teve um seguro ponto de referência e de fidelidade à Sé Apostólica, e a quantos tomam parte nos sufrágios animados pela esperança da ressurreição, uma confortadora bênção apostólica.