"No primeiro dia da semana, bem cedo, estando ainda escuro, Maria Madalena chegou ao sepulcro e viu que a pedra da entrada tinha sido removida." (Jo 20,1) |
Hoje, neste dia Santo,
revivemos o maior mistério de nossa fé: o Cristo que venceu a morte. Todo o
tempo Pascal nos impele a meditarmos a Ressurreição do Senhor. Somos colocados
neste mistério a fim de renovar nossa fé, na certeza de que esta não nasce do
simples fato de haver um sepulcro vazio ou de alguns anjos haverem anunciado:
nossa fé nasce do encontro com Aquele que está vivo, com Aquele que desamarrou
a humanidade dos laços do pecado e da morte. Por isso, neste tempo santo não
relembrarmos a experiência que os discípulos tiveram com o Senhor Ressuscitado,
mas revivemos o Mistério Pascal com toda sua intensidade no hoje de nossa vida
e vemos o quanto essa experiência com o Senhor que vive tem sentido ainda hoje
para nós.
Este dia Santo de Pascoa nos leva a crer que o
Senhor não está preso ao passado: ele tem um corpo ressuscitado que não está
limitado no tempo e no espaço, propriedades que degradam nossa humanidade. O
Senhor está vivo: “Ele está no meio de
nós”. Essa afirmação que fazemos em cada celebração eucarística deve neste
tempo Santo ganhar toda a sua força. É nisso que cremos, é por isso que
rezamos, e é por esta certeza que não sucumbimos na dor: porque cremos que
Aquele que nos deu a vida está no meio de nós. Na dor ou na alegria: Ele está
no meio de nós.
Deixemo-nos conduzir
pelo Espírito Santo que nos foi dado, ouçamos o testemunho daqueles que
experimentaram o Senhor, vejamos como suas vidas foram transformadas. A
história mostra que essa experiência não se reduz aos primeiros discípulos,
pois ela está repleta do testemunho de homens transformados pelo Senhor da
Vida. A vida ilimitada do Ressuscitado se reflete na vida de tantos santos de
ontem e de hoje. Eles experimentaram porque creram que o Senhor está no meio de
nós, Ele não ficou preso às amarras da morte.
Esta presença de Jesus Ressuscitado será mais
sentida a medida que aprofundarmos o sentido do nosso Batismo: ao sermos
mergulhados nas águas batismais, somos inseridos, imersos na vida do Filho de Deus,
morremos com Cristo pra ressurgirmos com Ele. Porque, pela força do Espírito, o
Senhor se faz presente em nós e nós Nele. E se estamos no Senhor, como os ramos
está na Videira, a vida do Senhor será a nossa vida. Logo, também nossa vida
não será reduzida a um sepulcro. Pois no nosso Batismo o Senhor nos chamou pelo
nome, assim como chamou à Lázaro (cf. Jo 11,44). Isso nos leva a alegria de
proclamar: Nossa Vida é de Cristo. Assim, pela fé, pela comunhão com o Senhor
Ressuscitado, mesmo em meio aos dramas existenciais, nossa vida poderá dar os
sinais de eternidade colocados em nós em nosso Batismo, ou seja, somente unidos
ao Filho e crendo n'Ele, a vida divina que está em nós pode dar frutos e levar
outros também à experiência com Aquele que está no meio de nós.
Que a certeza da
presença do Senhor Ressuscitado encha nossos corações de alegria, de uma
alegria que supera todo tempo e espaço, toda dor e sofrimento, e que encha
nossos corações de esperança, mas de uma esperança eterna: Cristo Jesus
Ressuscitado. O Senhor está vivo no hoje da história, seu mistério Pascal se
faz presente em cada dia: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS. Creiamos e
experimentaremos...
Feliz e Santa Páscoa!
Sem. Manoel Messias
Diocese de Estância/SE
3º Ano de Teologia
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