quarta-feira, 20 de junho de 2012

DOM LUCIANO JOSÉ CABRAL DUARTE: O HOMEM QUE COGITA E CULTIVA Á FILOSOFIA (I-PARTE)


Sua trajetória, exemplo para outras existências.

Dom Luciano José Cabral Duarte nasceu em 21 de janeiro, 1925, na casa da Rua Japaratuba, nº137, em média de 11 horas da manha, foi registrado ás fls 70, do livro nº17 do Registro Civil na cidade de Aracaju/SE, filho de José de Góes Duarte (in memória) e Célia Cabral (in memória), foi batizado na Catedral Diocesana em Aracaju, no dia 7 de fevereiro de 1925. Em um dos raros documentos, próprio Luciano relata um pouco de sua infância, assim afirma o jornalista João Melo, no seu programa Videoteca Aperipê Memória, dizendo:

A minha infância se passou, parte de Aracaju, parte no interior. Inicialmente em Aracaju, depois meu pai, como telegrafista que era, foi designado para São Cristovão, de modo que eu passei em São Cristovão uns anos, de quatro anos de idade até oito. Depois voltei a Aracaju, meu pai foi transferido para cá, trouxe a família e o resto da minha infância eu passei aqui. (MORAIS, 2008. p.34)

Desempenhou seus estudos secundários em Aracaju e os superiores em Olinda/PE e São Leoldo/RS, também estudou na Escola de Aprendizes Artífices, logo após na Escola Técnica, hoje conhecida como IFS (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe), sempre um aluno dedicado, esforçado que chegava até se o primeiro colocado na turma. Mas uma vez Dom Luciano relata um pouco de sua vida escolar:

O meu curso primário foi feito aqui mesmo em Aracaju. A minha tia, irmã da minha mãe, chamava-se Maria Cabral, era professora da Escola Industrial de Sergipe, que naquele tempo  se chamava Escola de Aprendizes Artífices de Sergipe. Ela tomava conta assim de uma parte, digamos, da parte de humanidades. Ela me conduzia á escola, e eu aproveitava das lições que ela dava. Era professora muito boa, experiente, e lá eu fiz, na Escola de Artífices de Sergipe, três anos com minha tia Zizi, e o quarto ano com a professora Leyda Régis. A minha tia Maria Cabral já faleceu. A professora Leyda, uma pessoa excelente, muito dedicada aos seus afazeres, ás suas obrigações, ainda viva. Esse foi meu curso primário. (MORAIS, 2008. p.35)

No dia 15 de fevereiro de 1936, Dom Luciano resolve ingressar no Seminário Menor na Diocese de Aracaju, hoje atual Colégio Arquidiocesano, entrou com os seus  11 anos de idade, e lá estudou seis anos, que equivale aos estudos de ginásio e cientifico,  e sua mãe Góes Duarte, com o coração partido em ver seu filho separando-se dela, mas apoiando a sua decisão e ao mesmo tempo o abençoando. Dom Luciano relatar como surgiu o desejo, ou melhor, como foi o seu chamado, dizendo:

Meu pai, como disse, era telegrafista e, nessa ocasião, ele tinha ido substituir um telegrafista de São Cristovão, onde, naquele tempo, havia um convento bem populoso, deixado pelos alemães. E havia um frade chamado frei Pascásio. Ele se destacava por uma energia, pelos seu trabalho. Fazia umas homilias muito fortes. Na casa do telégrafo, meu pai ocupava a sala da frente para trabalhar e a família morava no resto da casa. Esta casa ainda hoje está, ela é quase diagonal com a prefeitura de São Cristovão. Há algum tempo eu fui a São Cristovão e solicitei fazer uma visita nessa casa pra me reencontrar com a minha primeira infância. No dia de domingo de manhã havia missa na Igreja Matriz de São Cristovão, e então frei Pascásio vinha do convento de São Francisco por uma rua estreita  que até hoje lá está. Passava pela praça principal, a praça da matriz, e minha mãe, que sempre cuidou em todos os aspectos da formação dos seus filhos, me preparava, vestia e colocava sentado na porta, ponto, de sapato, vestido com a veste domingueira. O frade passava, me cumprimentava, me pegava pela mão e, satisfazendo ao meu desejo, me levava para a Matriz. Lá eu o ajudava. A minha primeira missa eu ajudei sem saber direito como. Pouco a pouco eu fui me acostumando, e era um prazer. De modo que, quanto mais eu remonto ao meu passado, acho que o primeiro sinal de vocação surgiu aí. Veio-me a pergunta: - E por que não eu? E daí, pouco a pouco a idéia foi amadurecendo. São Cristovão é uma cidade mística. (MORAIS, 2008. p.40)

Já com os seus 17 anos de idade, Luciano José chegou a Olinda em fevereiro de 1942, para pode dá inicio aos estudos na área da Filosofia e Teologia, já que em Aracaju não tinha Seminário Maior, escrevia muitas cartas, revelando a sua saudade, o anseio de pode chegar as férias, para ver sua família, principalmente sua avó que estava naquele com problemas na saúde. Em 1945, o seminarista Luciano José, com os seus 20 anos de idade, parte para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul para conclui seus estudos, 4 de agosto de 1946 se tornou diácono, faltando poucos dias para completar 23 anos de idade, o diácono Luciano foi ordenado sacerdote no dia 18 de janeiro de 1946, já iniciando suas atividades como sacerdote na Igreja São Salvador.Mas atualmente, vive recluso na sua residência devido ao seu frágil estado de saúde.

Suas Atividades Desempenhadas

Antes de se torna Bispo, Dom Luciano José Cabral Duarte trabalhou como: Assistente Eclesiástico da Juventude Universitária Católica, Diretor Espiritual do Seminário Menor de Aracaju, Presidente da Câmera de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação, liderando o trabalho para a constituição da Fundação Universidade Federal de Sergipe, foi enviado de forma especial para a cobertura das Sessões do Concilio Vaticano II e para cobertura do Congresso Internacional Eucarístico de Bombaim.

Durante o episcopado, se tornou Bispo Auxiliar de Aracaju (1966- 1971), Presidente Nacional do MEB (1971-1977), foi membro do Conselho Federal de Educação (1974-1986), Presidente do Departamento de Ação Social do “CELAM” (1972- 1978), também foi membro da Comissão Pastoral da CNBB (1979-1983), primeiro Vice-Presidente do CELAM (1979-1983) e por fim Arcebispo de Aracaju (1971-1998). 

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