domingo, 29 de abril de 2012

O canibalismo demoníaco das indústrias que utilizam células de bebês abortados em alimentos e vacinas


A denúncia de um grupo pró-vida de que a empresa internacional de refrigerantes PepsiCo estaria usando linhas celulares de fetos humanos abortados para a investigação e o melhoramento de seus produtos, fez que um de seus acionistas apresentasse uma resolução para que esta companhia internacional suprima esta prática.

Em agosto de 2010, PepsiCo assinou um acordo de quatro anos com a companhia Senomyx para desenvolver adoçantes potencializados para suas bebidas. Por este trabalho, PepsiCo paga 30 milhões de dólares pela investigação e futuras regalias de seus produtos que no futuro sejam manufaturados com esta tecnologia.

Muitas das patentes de Senomyx envolvem a linha celular de fetos abortados com o código HEK-293, originada a partir de células dos rins.

O aborto provocado é a eliminação ou assassinato de um ser humano dentro do ventre da mãe. A doutrina católica e a lei natural coincidem em que nunca é justificado, pois ninguém tem direito a decidir sobre a vida de outra pessoa, menos ainda a dos mais fracos e inocentes, como os não nascidos.

O grupo pró-vida da Flórida, Children of God for Life, escreveu às duas empresas em protesto por estas investigações. Senomyx não respondeu, mas PepsiCo sim o fez, assinalando que as investigações dariam como resultado produtos “de grande sabor e com menos calorias”.

Frente a esta situação, um acionista apresentou uma resolução ante a junta de diretores da PepsiCo para adotar uma política que “reconheça os direitos humanos e utilize padrões éticos que não envolvam usar restos de seres humanos abortados em investigações privadas e compartilhadas assim como em acordos de desenvolvimento”.

Debi Vinnedge, diretor executivo do Children of God for Life, assinalou que cada acionista tem “o direito, ou seja, a verdade sobre o que PepsiCo está fazendo com suas economias duramente obtidas”.

“A falta de respeito da PepsiCo à sensibilidade moral pública só serviu para avivar o fogo e as ameaças ao valor das ações, as pensões de aposentadoria e os investimentos”, acrescentou.

Também disse que “não há nada ético ou apropriado na maneira em que estão explorando os restos de crianças inocentes abortadas”.

Children of God for Life respondeu a esta situação convocando um boicote para deixar de adquirir os produtos da PepsiCo.

HazteOir.org, uma plataforma cidadã pró-vida e pró-família na Espanha, ecoou esta convocação e informou que o boicote se estende dos Estados Unidos à península ibérica, Austrália, Alemanha, Irlanda, Escócia, Polônia e Reino Unido.

O maior desafio para a Igreja não é aprender a usar a web para evangelizar, mas sim viver e pensar bem – até mesmo a fé – no tempo da rede”.


Vatican Insider

Hoje, o maior desafio para a Igreja não é aprender a usar a web para evangelizar, mas sim viver e pensar bem – até mesmo a fé – no tempo da rede”, afirma aos microfones da Rádio do Vaticano o padre Antonio Spadaro, diretor da revista Civiltà Cattolica e autor de  cyberteologia, um livro publicado pela editora Vita e Pensiero.

“Hoje, graças aos telefones inteligentes e aos tabletes, a nossa vida é sempre ‘online’, e a rede muda o nosso modo de pensar e de compreender a realidade. Por isso – afirma o jesuíta – eu me pergunto: como muda a busca de Deus no tempo dos sistemas de busca? Quem é o meu próximo na época da web? São possíveis a liturgia e os sacramentos na rede?”.


Segundo o padre Spadaro, “precisamente na rede, Cristo chama a humanidade a ser mais unida e conectada”. E essa concepção dos meios de comunicação pertence à tradição da Igreja. “Em 1931, quando o Papa Pio XI abençoou, em latim, os maquinários da Rádio Vaticano – lembra o padre Spadaro – ele salientou que comunicar as palavras apostólicas aos povos distantes, através do éter, era uma forma de estar unidos a Deus em uma única família. Uma intuição profunda para a época, que via na tecnologia do rádio não uma forma para transmitir conteúdos e fazer propaganda, mas sim um meio para criar relações, uma única grande família de crentes. Poderíamos quase dizer – observa Spadaro – que o Papa Ratti já havia compreendido plenamente a lógica das redes sociais”.


O autor deixa de lado as críticas às redes sociais, muito frequentes, não só no mundo católico. “Trata-se de ambientes em que se pode viver bem ou mal – explica o diretor da Civiltà Cattolica –, depende da qualidade das pessoas que as frequentam”.

“Além de qualquer consideração – conclui – deve-se avaliar que, no Facebook, há mais de 500 milhões de pessoas, e assim a Igreja, sobretudo, não pode não estar lá. É um fato que apela à nossa moralidade”.

Diante do preconceito, duro de morrer, de uma Igreja inimiga do progresso, Spadaro lança, enfim, uma nova provocação: “Justamente nós, fiéis crentes, somos chamados a dar ao mundo uma contribuição de leitura teológica do fenômeno da rede, para entender as verdadeiras potencialidades desse ambiente”.

sábado, 28 de abril de 2012

Simpósio reúne famílias de todo o Brasil em Aparecida



Uma manhã marcada por oração, reflexão e muita animação. Assim está sendo o Simpósio Nacional das Famílias, que está sendo realizado em Aparecida (SP) neste fim de semana, 28 e 29 de abril. O Santuário Nacional espera receber mais de 200 mil pessoas no evento que está concentrado no espaço de eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.

O presidente da Comissão Episcopal para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Carlos Petrini, que é bispo de Camaçari (BA), participou nesta manhã da palestra realizada pelo economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para o bispo, a maior dificuldade para as famílias nos dias de hoje é o crescimento de uma cultura que é diferente da cultura favorável à família. 

Dom Petrini explicou que a cultura da família prevê sacrifícios em nome da pessoa que se ama. O homem se sacrifica pelo resto da família, a mãe se sacrifica pelo bem do filho, mas hoje o que se vê é o contrário. “Hoje, se for necessário, sacrificam-se outras pessoas, inclusive inocentes, para procurar o próprio bem estar”. 

Para exemplificar, o bispo recorreu à recente decisão do Supremo Tribunal Federal em aprovar o aborto de bebês anencéfalos. “Eu, mãe, quero o meu bem estar e sacrifico não a mim para o bem do bebê, mas sacrifico o bebê com anomalia, que é inocente, para o meu próprio bem”, exemplificou Dom Petrini. 

Nessa realidade, o bispo disse que as famílias acabam não compreendendo mais o sentido do amor. “Uma mentalidade que acaba sendo hostil e não compreende mais o que é o amor, porque o amor verdadeiramente é aquele em que se doa, como Jesus que se doa na cruz, na Eucaristia”, ressaltou o bispo.

O bispo de Camaçari reforçou ainda a necessidade das famílias se situarem na situação em que vivem e perderem a ingenuidade, para não se deixarem levar por caminhos ilusórios e errados. “Esta Peregrinação e todo o trabalho da Pastoral Familiar tende a oferecer elementos de compreensão do contexto no qual vivemos para que cada um possa ter mais elementos de decidir o que quer, porque se não acaba embarcando, vai numa direção achando que é o caminho de bem e da felicidade e na verdade ali é uma armadilha”. 

Sobre o papel da Igreja nesta caminhada, Dom Petrini informou que o grande meio é a evangelização. “O caminho nosso é a evangelização. É reencontrar o desígnio de Deus sobre a pessoa, o matrimônio e a família e ajudar a mostrar como viver em uma família cristã é um modo melhor de viver o amor humano”.

Família

A professora Rita de Cássia Santos Borges, que está participando do Simpósio Nacional das Famílias ao lado de seu marido, o advogado Marcos Antônio Borges, acredita que essa é uma oportunidade de crescimento na fé e nos valores. O casal é coordenador da Pastoral Familiar na Paróquia Sagrada Família, em Curitiba.

Para o advogado, o Simpósio ajuda, inclusive, com as situações do cotidiano. “Crescimento espiritual, facilidade em lidar com os problemas do dia a dia”, ressaltou.

A professora completou destacando a possibilidade de levar um exemplo de família não só para seu núcleo familiar, mas para toda a comunidade onde vive. “A gente busca crescer a cada dia e ser exemplo para nossa família e para nosso grupo”, finalizou.

Seminaristas no Hemose / CF 2012


Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade e saúde pública” e como Lema "Que a saúde se difunda pelo mundo" (eclo 38,8).. leva seminaristas ao Hemose.






O Coordenador de Mobilização da Campanha da Fraternidade, em nível de Arquidiocese de Aracaju, O Padre João Santana, enfatizou o objetivo do evento como sendo para chamar a atenção da sociedade e principalmente os católicos para a prática de doação de sangue, que salva vidas.


CNBB divulga nota sobre reforma do Código Penal em coletiva



A coletiva de imprensa desta quarta-feira, 25, penúltimo dia da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou com a divulgação de uma nota sobre a reforma do Código Penal. A proposta está em fase de elaboração e deve ser apresentada até o próximo mês.


A nota foi comentada pelo porta-voz da Assembleia e arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa. Ele adiantou que a Igreja reconhece a necessidade de uma revisão do Código Penal, tendo em vista que ele foi criado em 1940, e anunciou a forma de contribuição da Igreja durante as discussões.


“Achamos que podemos contribuir acompanhando mais de perto a elaboração desse Código Penal. Nós esperamos que os redatores do novo código considerem que toda lei deve ser elaborada a partir  do respeito aos direitos humanos, na perspectiva da superação da impunidade e a serviço do bem comum. Deve reconhecer e preservar os princípios éticos e morais, bem como os valores culturais que integram a vida cotidiana do povo brasileiro”

JMJ Rio 2013

O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que também participou da coletiva, lembrou a oportunidade que se teve na sessão da manhã de apresentar para os bispos a beleza e a importância da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, em especial no Rio de Janeiro. “Estamos cumprindo uma missão que foi dada pela própria Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em 2007”

Dom Orani também falou sobre a estrutura que está sendo organizada a partir de julho desse ano, um ano antes da Jornada. Segundo ele, já se tem as definições dos locais onde serão as celebrações do eventos centrais e em julho terá a abertura das inscrições. Ele também destacou a realização da Semana Missionária, que vai ser  realizada nas dioceses do Brasil.

O arcebispo do Rio destacou a capacidade que o jovem bem formado de valores tem para transformar a sociedade. “A Igreja, ao trabalhar com a juventude, está mostrando que confia na juventude e sabe que ela pode transformar esse mundo. Estamos cansados de ver tantos problemas que existem e acho que o jovem bem formado com valores éticos, morais para o seu direcionamento, pode fazer essa transformação”, enfatizou. 

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro da Silva, que é bispo auxiliar de Campo Grande (MS), enfatizou o intuito que a JMJ tem em relação aos trabalhos desenvolvidos com a juventude. 

“Toda essa movimentação em volta da Jornada Mundial Juventude quer ser uma motivação, uma luz, um impulso novo em todo o trabalho da Pastoral Juvenil em nível de Brasil”. O bispo auxiliar de Campo Grande disse ainda que a Jornada é um evento grande e significativo, mas ainda existe um contexto maior que é o trabalho da Igreja em prol da juventude. 

Ajuda humanitária no Haiti

Ainda na sessão da manhã, a Caritas Brasileira apresentou os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no Haiti, país que sofreu com um forte terremoto em 2010 e ainda se encontra em fase de reestruturação. 

De acordo com o presidente da Caritas Brasileira, Dom Flávio Giovenali, que é bispo de Abaetetuba (PA) e participou da coletiva desta quarta-feira, o trabalho da Igreja no país foi dividido em etapas, sendo a primeira delas uma etapa de ações emergenciais.

“Depois, em colaboração com a Caritas do Haiti, elaboramos um plano de ação com várias linhas, uma delas foi a reconstrução de casas, de escolas. No campo da saúde, tanto no atendimento como preventiva, especialmente através da Pastoral da Criança. Depois na economia solidária. Um quinto ponto foi a segurança alimentar”

O bispo informou que agora se está dando início à terceira fase, que começou a ser discutida em reunião realizada no Haiti no final de fevereiro deste ano.  A ideia é continuar a segunda fase ampliando essas ações, analisando também que tipo de campanhas vão ser utilizadas daqui pra frente. “Como incentivar a continuação de doações para que os projetos de reconstrução possam continuar”, informou.

Núncio Apostólico preside Celebração de encerramento da 50ª AG



A Celebração Eucarística de encerramento da 50ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniu todo o episcopado brasileiro em torno do Altar Central do Santuário Nacional, nesta quinta-feira (26).

A celebração foi presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello.

No início da celebração, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner leu a Carta de recomendação o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone.

O Cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis deu as boas vindas ao Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello ressaltando que a celebração em Ação de Graças pelo encerramento da Assembleia Geral reveste-se também de um significado especial.

“Quero desejar a dom Giovanni D’Aniello que a sua missão seja fecunda, pois já começa sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil”, afirmou dom Damasceno.

Em sua homilia, o Núncio Apostólico, dom Giovanni D’Aniello afirmou que é uma grande alegria iniciar sua missão sob a proteção da Padroeira do Brasil.

“É uma grande alegria iniciar a minha missão neste santuário mariano, sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida. Agradeço Dom Damasceno pelo convite de presidir esta celebração e a toda acolhida do episcopado brasileiro”, afirmou o Núncio.


Dom Giovanni D’Aniello ressaltou que o Papa Bento XVI o encarregou de transmitir a todos os Bispos do Brasil sua mensagem de saudação afetuosa e sua oração diária.

"O que nos une aqui é o dom da fé. Fé que nasce do encontro, segundo a narração da primeira leitura que ouvimos nesta celebração”, afirmou.

Dom Giovanni D’Aniello acrescentou que neste momento em que inicia sua missão como Núncio Apostólico no Brasil, representante do Santo Padre, se une também a todos como irmão na fraternidade e na fé.

O Núncio afirmou que a Palavra de Deus proclamada torna-se pão que alimenta toda pessoa.

“A Palavra tornou-se vida que alimenta a todos nós. De fato, quem se alimenta desse pão vivo que é Jesus, apropria-se do Pai que leva a eternidade e a nossa participação nessa eucaristia nos coloca em comunhão com Ele”, acrescentou.

Encerramento sua reflexão, Dom Giovanni D’Aniello reforçou aos bispos que inicia sua caminhada como Núncio Apostólico junto de toda a Igreja no Brasil com grande alegria.

“Queridos irmãos do episcopado, clero brasileiro e fiéis, junto de todos quero comemorar a profunda união que deve ter entre nós e confiar minha caminhada a Nossa Senhora Aparecida, rainha e Padroeira do Brasil, para ela me ajude nessa missão e interceda junto ao Pai”, afirmou Dom Giovanni D’Aniello.

Ao final da celebração, Dom Damasceno agradeceu o reitor do Santuário Nacional de Aparecida, padre Darci Nicioli e aos Missionários Redentoristas pelo acolhimento durante a 50ª Assembleia Geral da CNBB.

“Quero também estender meu agradecimento a todos que colaboraram pela realização da Assembleia e se dedicaram nesses dias para a sua realização”, concluiu Dom Damasceno.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Mais de 22 mil batismos foram celebrados no Domingo de Páscoa na China


Vaticano, 25 Abr. 12 

Mais de 22 mil batismos foram celebrados no Domingo de Páscoa na República Popular da China. 75 por cento dos batizados eram adultos e pertencem a 101 dioceses católicas.

Estatísticas elaboradas pelo "Study Center of Faith" da província a China de Hei Bei indicaram que houve um total de 22.104 os batizados: 4.410 de Hei Bei, 615 mais que o ano passado; e 3.500 de Hong Kong, que conta com 360 mil fiéis, informou a agência vaticana Fides.

Estes dados elaborados sem ter em conta que algumas diocese não celebram todos os batismos durante a Páscoa. Assim por exemplo, em Xangai houve 379 batismos o dia de Páscoa, mas no fim de ano se prevê que a cifra total supere os 1.500.
A irmã Li Guo Shuang, do "Study Center", explicou que ainda há dioceses e comunidades que "não puderam entregar seus dados (a quantidade de batizados) devido às dificuldades de comunicação", por isso, "as cifras não estão completas e ainda poderiam crescer".

Na China o culto católico só é permitido à Associação Patriótica Católica Chinesa, subordinada ao Partido Comunista Chinês, e rejeita a autoridade do Vaticano. A Igreja Católica, fiel ao Papa não é clandestina na China, mas é perseguida constantemente.

As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano foram quebradas em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram aos clérigos estrangeiros.

terça-feira, 24 de abril de 2012

III DOMINGO DA PÁSCOA


Queridos irmãos,

Diante da Liturgia da Palavra que a Mater et Magistra Ecclesia nos apresenta como reflexão, somos convidados a fazer a seguinte ponderação: se os discípulos de Jesus foram as testemunhas oculares e auriculares da Ressurreição do Senhor, graças as suas manifestações em meio a eles, quem são as testemunhas hodiernas do Senhor Ressuscitado?

Tal indagação deve permear o coração do cristão atual colocando-o, se possível, em xeque. Como já dissemos outrora em nossas reflexões, o mundo sofre por falta de convicções, inclusive não conhecendo o Senhor Jesus. Quem o irá proclamar, afirmando com veemência a sua vitória, levantando as bandeiras da esperança em meio às trevas densas que se sobrepõem ao mundo, obscurecendo-o? Urge, portanto, que a fé que professamos desde o dia do nosso Batismo, quando assumimos como nossa a profissão da Igreja, seja emanada como luz para o mundo que aí está. Faz-se mister que testemunhemos o Ressuscitado com a nossa vida, com as práticas cotidianas, pois a existência e a atuação do cristão no mundo deve ser transparência do Ressuscitado. Se o filósofo Feuerbach afirma que “o homem é aquilo que come”, na lógica cristã de todos os tempos temos: “o cristão é aquilo que crê”; ou melhor: “o cristão traveste-se naquele em quem crê”.

A Primeira Leitura de hoje demonstra o discurso de Pedro no Templo de Jerusalém, após o evento de Pentecostes, dirigindo-se a todo o povo ali presente. E, narrando a trajetória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, o Príncipe dos Apóstolos afirma: “Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso somos testemunhas” (At 3, 15). Assim, São Pedro reconhece, sob influxo do Espírito Santo, que Jesus é autor da vida para o mundo inanimado no mal. Jesus quer dar um sentido às coisas, e qual é este rumo senão o seu Imaculado Coração que vivifica, através de uma experiência de amor, quem se abre à sua graça? Ainda hoje querem matar o Autor da Vida, Jesus Cristo. Como? Com tantas ideologias tronchas e desajustadas, promotora da indignidade e da morte moral e existencial do homem remido pela cruz do Senhor. Sabemos que, ao querer olvidar o Cristo da cultura e do agir humanos, extirpando-o, numa tentativa brusca e defectível, o homem ruirá. E qual a grande saída diante desta miséria que abate o mundo? Os cristãos, testemunhas atuais da Ressurreição do Senhor. Como tais, devemos, inseridos nos diversos meios das atividades humanas, conclamar a humanidade uma conversão de vida que perpasse pelo arrependimento e pelo abraçar a fé em Jesus Cristo nosso Senhor.

Na história dos dogmas da Igreja, há uma curiosidade: não existe nenhuma afirmação dogmática sequer que proclame solenemente a Ressurreição do Senhor. Nenhuma! Por quê? Porque para a Igreja, testemunha privilegiada da Páscoa do Cristo, esta verdade é intrinsecamente inerente à sua vida, missão e fé: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1Cor 15,14). Assim, sendo, percebemos que a Esposa de Cristo nunca cessa de proclamá-lo: “Ele ressuscitou verdadeiramente!” (Lc 24, 34). E nós, com ela, nos momentos difíceis, somos conclamados a fazer coro, dizendo com o salmista: “Muitos há que se perguntam: ‘Quem nos dá felicidade?’ Sobre nós fazei brilhai o esplendor de vossa face!” (Sl 4, 7). O Cristo Ressuscitado que continuamente se mostra e manifesta-se à sua Igreja proporciona-lhe a felicidade autêntica, concede-nos a felicidade verdadeira com a sua face.

Nesta dinâmica testemunhal do Senhor Ressuscitado, na Segunda Leitura, São João, no invitatório de uma vida baseada na santidade, logo no início da perícope, ordena-nos e alenta-nos: “Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2,1). Assim, ele quer nos dizer que o pecado é um ‘contra-testemunho’ que damos de Jesus para o mundo. Se a Igreja é Santa porque o seu fundador é santo, por que é que muitos de nós resistimos em uma vida pecaminosa, negando assim a Vida Nova da Graça que o nosso Salvador nos trouxe com a sua cruz e ressurreição? Por isso, coadunando o último versículo da Primeira Leitura com o que acabamos de afirmar, podemos pensar que tal como propomos ao mundo uma vida de conversão, devemos também converter-nos de nossas mazelas e fragilidades. O contrário também faz efeito: assim como a nossa conversão é uma conformação ao Cristo Senhor, devemos propor tal atitude ao mundo.

Um verbo belíssimo e constante na literatura joanina é o ‘conhecer’. Tal termo, no seu âmago, denota amar. O amor a Deus é dado, antes de tudo, pela prática dos mandamentos e, a partir deles, esta ação de amá-lo, de conhecê-lo, preencherá toda a nossa vida. Assim sendo, uma pessoa completada de Deus o transparece, o transborda aos outros, manifestando-o. Com isso, afirmamos que, para um apurado e acurado testemunho do Senhor Ressuscitado a observância dos mandamentos, a prática daquilo que é vontade do Senhor, é indispensável.

No Evangelho de hoje, São Lucas, após apresentar a aparição de Jesus a Cléofas e ao discípulo oculto que caminhavam para Emaús, nos traz uma aparição subsequente a esta. Daí o texto iniciar da seguinte forma: “Os dois discípulos contaram o que lhe tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: ‘A paz esteja convosco!’” (Lc 24, 35). Acerca desta saudação dominical, já fizemos alusão no domingo passado. E São Lucas continua, narrando os sentimentos dos que ali estavam presentes: “Eles estavam assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma”. Quantas vezes, imbuídos pelo pensamento de muitos indiferentes à fé, temos a tentação de arrazoar que Jesus é um espectro, relegando-o a uma figura distante, desencarnada, de apenas um líder ou de alguém especial, ‘iluminada’, que veio a este mundo para exercer uma espécie de filantropia, ou mesmo de um indivíduo que falava coisas bonitas que ainda hoje ressoam na história da humanidade? Tal como naquela época, diante do que nos é apresentado dos discípulos da ‘primeira hora’, o Senhor também nos apresenta sinais suficientes de sua Ressurreição, a nós que somos os seus ‘operários da última hora’. Vemos no texto evangélico de hoje que o Ressuscitado apresenta-lhes as chagas, ao que São Lucas narra: “Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos” (v. 41). Inúmeras vezes, em um misto paradoxal de uma alegria transitória, a qual denominamos vulgarmente de ‘oba-oba’, ficamos alegres por causa de Jesus, mas no fim das contas não lhe damos crédito. Jesus Ressuscitado vai mais além, não obstante mostrar-lhes as chagas, assume uma atitude inusitada: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. Jesus come. E não para aí, alerta-lhes sobre o cumprimento das Escrituras em sua Paixão, Morte e Ressurreição: “‘São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. […] Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso’” (Lc 24,44.46-47). A Igreja, e nós nela e com ela, quando anuncia a Páscoa do Senhor e implora a sua vinda – “Anunciamos, Senhor, a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” – cumpre eminentemente a sua missão que é associada a nós pelo Batismo, quando ela, tocando em nossos lábios e ouvidos, no Éfeta batismal, nos diz: “O Senhor Jesus, que fez os surdos ouvir e os mudos falar, lhe conceda que possa ouvir logo a sua Palavra e professar a fé para louvor e glória de Deus Pai”.

É necessário que sempre nos venha à tona o que Jesus nos ordena: “Vós sois o sal da terra. […] Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14). Se o testemunhamos Vivo, Ressuscitado, Operante na nossa vida, na da Igreja e no mundo, estaremos espalhando o sabor, o clarão, o sentido para o mundo, estaremos espalhando a sua presença nos recônditos da terra.  

Por Seminarista Everson Fontes

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Conheça os bispos brasileiros, ainda vivos, que participaram do Concílio Vaticano II



Levantamento feito no início deste ano de 2012 pelo professor Fernando Altemeyer Junior, do departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, oferece dados importantes para se contemplar a participação no Concílio.

A informação é do Boletim da CNBB, 22-04-2012.

São 179 bispos do mundo inteiro que estão vivos e participaram do Concílio, entre eles 10 são brasileiros.

1. Dom Armando Círio, OSI, arcebispo emérito de Cascavel-PR, nascido em 30/4/1916, atualmente com 95 anos de idade, participou da 1ª. e da 3ª. sessões do Vaticano II.

2. Dom Jaime Luiz Coelho, arcebispo emérito de Maringá-PR, nascido em 26/7/1916, atualmente com 95 anos de idade, participou de todas as quatro sessões 1ª, 2ª, 3ª e 4ª do Vaticano II.

3. Dom Servílio Conti, imc, prelado emérito de Roraima-RR, nascido em 19/10/1916, atualmente com 95 anos de idade, participou da 4ª. sessão do Vaticano II.

4. Dom José Maria Pires, arcebispo emérito da Paraíba-PB, nascido em 15/03/1919, atualmente com 92 anos de idade, participou da 1ª., 2ª., 3ª, e da 4ª. sessões do Vaticano II.

5. Dom Eugenio de Araújo Sales, cardeal arcebispo emérito do Rio de Janeiro-RJ, nascido em 08/11/1920, atualmente com 91 de idade, participou da 1ª., 2ª., 3ª, e da 4ª. sessões do Vaticano II.

6. Dom Waldyr Calheiros Novaes, bispo emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda-RJ, nascido em 29/7/1923, atualmente com 88 de idade, participou da 3ª. e da 4ª. sessões do Vaticano II.

7. Dom Serafim Fernandes de Araújo, cardeal arcebispo emérito de Belo Horizonte-MG, nascido em 13/08/1924, atualmente com 87 anos de idade, participou da 1ª., 2ª., e da 4ª. sessões do Vaticano II.

8. Dom José Mauro Ramalho Alarcón Santiago, bispo emérito de Iguatu-CE, nascido em 14/05/1925, atualmente com 86 anos de idade, participou da 1ª., 2ª., 3ª. e da 4ª. sessões do Vaticano II.

9. Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, arcebispo emérito de Goiânia-GO, nascido em 10/06/1926, atualmente com 85 anos de idade, participou da 4ª. sessão do Vaticano II.

Segundo a pesquisa do professor Altemeyer, atualmente, ou seja, na primeira metade do mês de janeiro de 2012, há 5207 bispos católicos vivos e atuantes em todo o planeta e dentre eles estão aqueles que participaram do Concílio Vaticano II, ocorrido entre 1962 a 1965 em Roma, na Itália.

A primeira sessão se deu entre 11/10/1962 até 8/12/1962: presença de 2448 padres conciliares. Estão vivos 46 bispos presentes nesta sessão, espalhados pelo mundo inteiro.

A segunda sessão foi celebrada de 29/09/1963 até 04/12/1963 com a presença de 2488 padres e destes estão vivos 55 padres.

A terceira sessão transcorreu de 14/9/1964 até 21/11/1964 com a presença de 2468 padres e destes estão vivos 67 padres conciliares.

A quarta sessão ocorreu de 14/09/1965 até 08/12/1965, com a presença de 2625 padres, e destes estão vivos 78 bispos e abades que participaram da última sessão conciliar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

7 anos de Pontificado


Bento XVI: sete anos de palavras e discursos admirados por todos


Presidente da CNBB, Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, destaca momentos significativos do pontificado de Bento XVI.





Após celebrar os 85 anos de vida do Papa Bento XVI, no início desta semana, os católicos celebram, hoje, dia 19, outra data importante e bem significativa para todos os fiéis. O Santo Padre recorda, nesta data, o sétimo aniversário de sua eleição para sucessor do beato João Paulo II. Cinco dias depois, no dia 24 de abril de 2005, teve início o seu pontificado.

Durante estes sete anos de pontificado, Bento XVI realizou 23 viagens internacionais, 26 viagens na Itália, 4 Sínodos dos Bispos e 3 Jornadas Mundiais da Juventude; escreveu três Encíclicas, inúmeros discursos e atos magisteriais; proclamou o Ano Paulino e o Ano Sacerdotal.

Para o Cardeal Arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, o carisma principal do pontificado de Bento XVI é a unidade e a fé na Igreja. Por ter sido um grande colaborador do Papa João Paulo II, durante muitos anos, o atual Pontífice vem conduzindo a Igreja de uma maneira sábia, prudente e aprofundando a fé do povo de Deus.

O Santo Padre é um homem de Deus que procura divulgar e aprofundar, cada vez mais, os ensinamentos do Concílio Vaticano II. A exemplo do Papa João Paulo II, ele continuou com a missão de realizar visitas pastorais em todos os países do mundo. Segundo o Cardeal, as visitas realizadas pelos continentes e o grande apoio dos católicos ao Papa têm surpreendido as pessoas a cada dia.
“As visitas pastorais a outros continentes têm gerado resultados positivos de uma maneira até surpreendente pelas características de Bento XVI, que é uma pessoa mais simples, humilde, reflexiva, introvertida, mas que, apesar dessas características, não tem deixado de ser acolhido por grande multidões nas visitas apostólicas”, disse Dom Damasceno.
O Cardeal já testemunhou, de perto, o carinho dos católicos pelo Papa Bento XVI e como os fiéis o recebem com um grande calor humano.

“Recordo-me quando ele veio ao Brasil em 2007 para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Ele passou por São Paulo e foi acolhido, calorosamente, por uma multidão. 

Recentemente, no México, também foi acolhido por um uma multidão, e eu pude constatar que os mexicanos o acolheram com muito carinho, afeto e respeito”, lembrou o arcebispo.

O pontificado do Santo Padre tem vencido barreiras. Por meio de suas homilias, discursos, encíclicas e audiências públicas, no Vaticano, ele tem levado a mensagem do Evangelho a todas as pessoas. Para Dom Damasceno, o pontificado de Bento XVI é adequado ao momento pelo qual a Igreja está vivendo.

“Estamos vivendo um tempo de mudança de época, na qual as pessoas estão precisando de uma palavra orientadora, de uma luz que ilumine os caminhos da humanidade e da Igreja. O Papa tem conduzido isso de uma maneira muito sábia, muito competente e tranquila”, frisou o presidente da CNBB.




Visita de Bento XVI ao Brasil

Dom Damasceno, em entrevista ao Portal Canção Nova, falou, com carinho, sobre a alegria de receber o Bento XVI em sua primeira visita intercontinental ,e a primeira visita ao Brasil, em maio de 2007.

“Eu tive esse privilégio e a graça de recebê-lo, em Aparecida, durante sua primeira visita ao Brasil. Foi uma decisão dele querer inaugurar a V Conferência sob o manto e proteção de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil”, contou o cardeal.

Bento XVI visitará o Brasil, pela segunda vez, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude 2013, a qual será realizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Dom Damasceno destaca que essas jornadas da juventude têm sido um grande momento de encontro do Santo Padre com os jovens de todas as nacionalidades.

“Creio que será uma visita muito festiva e alegre, deixará marcas profundas nos corações dos jovens brasileiros e estrangeiros que virão para jornada”, disse.

O Brasil e toda juventude aguardam ansiosamente a visita de Bento XVI. Segundo palavras de Dom Damasceno, o encontro vai causar muita alegria e muito prazer ao coração do Papa.

Dom Petrini na Assembléia da CNBB: Uma cultura que vê na morte uma solução é uma cultura decadente


APARECIDA, 19 Abr

No primeiro dia da 50ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), alguns bispos brasileiros receberem os jornalistas para uma coletiva de imprensa. Um tema que entrou na pauta da entrevista foi a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovando o aborto de fetos anencéfalos. Dom Petrini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Familia da CNBB voltou a rechaçar a decisão do Supremo insistindo que dar morte a estes fetos não é a solução do problema.

Na primeira entrevista coletiva dos bispos em Aparecida, estiveram presentes além de Dom João Carlos Petrini (também bispo de Camaçari, BA), o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e Cultura, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães (bispo auxiliar de Belo Horizonte), e Dom Antônio Augusto Dias Duarte (bispo auxiliar do Rio de Janeiro).

Segundo o portal oficial da CNBB, a coletiva durou cerca de 30 minutos e, além do tema geral da assembleia – “A palavra de Deus na vida e missão da Igreja” –, mencionou diversos assuntos, como o jubileu das Assembleias Gerais; as premiações CNBB; e os preparativos do Encontro Mundial de Universidades Católicas – que, este ano, será realizado no Brasil, em Belo Horizonte –; a Jornada Mundial da Juventude (JMJ); as eleições municipais; dentre outros temas.

Dom Joaquim Geovani Mol foi questionado quanto à lei que torna obrigatório o ensino religioso nas escolas públicas do Brasil. O bispo explicou o mecanismo da lei, que não se aplica apenas à religião católica. “O aluno em uma sociedade plural, como a nossa, tem direito de ter conhecimentos sobre a sua própria religião, dentro da escola. Quem é católico, conhecimentos da religião católica, quem é evangélico, conhecimentos da religião evangélica, e assim por diante”, esclareceu.

Outro tema, que entrou na pauta, foi a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que aprovou o aborto de fetos anencéfalos. Os ministros entenderam que esses bebês são indivíduos natimortos, com morte cerebral. Os bispos presentes reafirmaram a posição da CNBB, ao argumentarem de forma contrária à decisão do supremo.

“Uma cultura que vê na morte a solução de problemas, é uma cultura decadente”, disse dom Petrini. Sobre o mesmo assunto, o porta-voz da AG, Dom Dimas Lara Barbosa, afirmou que a deliberação do STF “não alterou em nada a posição da CNBB”, e que os ministros tiveram uma “visão limitada da pessoa humana.”, informou a CNBB através do seu portal.

50ª Assembléia da CNBB



Segundo informou o portal oficial da CNBB, teve início nesta quarta, 18 de abril, a 50ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em Aparecida (SP). O tema central da reunião será "A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja".  Cerca de 350 bispos estão presentes no encontro que se realiza nas dependências do Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, construído perto do Santuário Nacional de Aparecida.

A Santa Missa no marco da inauguração da Assembléia foi realizada no Santuário Nacional de Aparecida e presidida pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, a celebração contou com a participação de mais de 300 bispos que participam no encontro jubilar da Conferência.

Em sua homilia, Dom Damasceno destacou as comemorações especiais recordadas nesse evento: 60 anos da CNBB, no próximo dia 14 de outubro; jubileu do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II e os 20 anos da promulgação do catecismo da Igreja Católica. O Cardeal lembrou ainda o “Ano da Fé”e o Sínodo dos Bispos que terão início no próximo mês de outubro.

“O Tempo Litúrgico da Páscoa é o pano de fundo da realização da 50ª Assembleia”, lembrou o arcebispo, que afirmou também o tema geral “A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja” vai nortear os trabalhos e a reflexão dos prelados. “É pela fé que se participa da vida de Jesus”, disse dom Damasceno aos bispos e demais participantes na missa de hoje.

Segundo recorda a CNBB, a Assembleia terá dois momentos de solenidade. 
O primeiro, na quinta-feira, na sessão das 18 horas, será feita uma homenagem ao jubileu de 50 assembleias gerais realizadas pelo episcopado brasileiro. O segundo será realizado na última sessão da próxima segunda-feira, 23 de abril, também é às 18 horas, e será dedicada ao jubileu de 50 anos do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II.

O Cardeal Damasceno pediu ainda que todos dirijam as preces a Deus para que o Espírito conduza a assembleia geral dos bispos. O purpurado saudou também o aniversário de 85 anos do Papa Bento XVI (comemorado no último dia 16) e lembrou também da celebração do 7º ano do seu pontificado que será celebrado no dia 24 de abril.

No penúltimo dia, informou a CNBB, os bispos serão informados sobre um evento que mobiliza o Brasil e o contará com a presença do Papa Bento XVI: a Jornada Mundial da Juventude que será realizada no final de julho de 2013. Uma comissão especialmente convocada pela Conferência e a arquidiocese do Rio de Janeiro onde será realizada a JMJ falarão aos bispos sobre o desenvolvimento da preparação do evento.

Hoje no Brasil hoje há 458 bispos, sendo que 298 deles são bispos na ativa, 160 são eméritos. O Brasil tem ainda 10 cardeais; 75 arcebispos (31 eméritos) e 373 bispos (121 eméritos).

Alguns momentos da Assembléia da CNBB serão transmitidos pela Rede Aparecida de Televisão. Para saber quais serão estes momentos confira o link:

terça-feira, 17 de abril de 2012

Bento XVI completa 85 anos de vida e 7 de pontificado


A Igreja no mundo inteiro tem três intenções de oração especiais nos próximos dias. Ontem, 16/04, Bento XVI celebrou 85 anos de vida. No dia 19/04, quinta-feira, é o sétimo aniversário de sua eleição para sucessor do Apóstolo Pedro, e o início do pontificado em 24/04, terça-feira.

Em seu editorial semanal, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo Vaticano, Padre Federico Lombardi, recordou a expectativa que existia na Igreja há sete anos, quando o cardeal Ratzinger foi eleito papa: “um teólogo que por tanto tempo dirigiu um dicastério tão doutrinal saberia assumir uma tarefa tão diferente: o governo pastoral da Igreja universal”.

“Nestes sete anos, vimos 23 viagens internacionais a 23 países, e 26 viagens na Itália; assistimos 4 Sínodos dos Bispos e 3 Jornadas Mundiais da Juventude; lemos três Encíclicas, inúmeros discursos e atos magisteriais; participamos de um Ano Paulino e de um Ano Sacerdotal. Por fim, vimos o Papa enfrentar com coragem, humildade e determinação – ou seja, com límpido espírito evangélico – situações difíceis como a crise consequente aos abusos sexuais”, avalia Lombardi.

Ele recorda também a produção intelectual do cardeal Ratzinger, com as obras “Jesus de Nazaré” e o livro-entrevista “Luz do mundo”. “Da coerência e da constância de seus ensinamentos, aprendemos sobretudo que a prioridade de seu serviço à Igreja e à humanidade é orientar nossas vidas a Deus”, afirma padre Lombardi, que recorda os próximos eventos importantes da agenda do papa: o Encontro Mundial das Famílias, a visita ao Oriente Médio, o próximo Sínodo da Nova Evangelização e o Ano da Fé.

O porta-voz da Santa Sé também destacou o tom do discurso do papa em seu pontificado, contrário ao relativismo e à indiferença religiosa. “A fé e a razão se ajudam mutuamente na busca da verdade e respondem às expectativas e dúvidas de cada um de nós e de toda a humanidade; que a indiferença a Deus e o relativismo são riscos gravíssimos de nossos tempos. Somos imensamente gratos por tudo isso”.

Na oração do Regina Caeli deste Segundo Domingo da Páscoa, Bento XVI pediu aos fiéis que rezem por ele, para que o Senhor lhe dê as forças necessárias para cumprir a missão. O irmão do papa, Monsenhor George Ratzinger, que vive na Alemanha, está no Vaticano para acompanhar as celebrações destes dias.

Nota da CNBB sobre o aborto de Feto “Anencefálico”



A Conferência Nacional dos bispos do Brasil, logo após a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54, emitiu nota oficial  lamentando a decisão. No texto, os bispos afirmam que "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso".

Leia a integra da Nota:

Nota da CNBB sobre o aborto de Feto “Anencefálico”

Referente ao julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB lamenta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.

Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.

Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!

A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe.   Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção

Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.

A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

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Cardeal Raymundo Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida

Presidente da CNBB 

Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário Geral da CNBB

Centenas de católicos participam da passeata em defesa da vida


Com o intuito de defender a vida e contra a descriminalização do aborto, centenas de fiéis católicos participaram de uma passeata em defesa da vida, na tarde desta sexta, 13 de abril. A concentração aconteceu na Catedral Metropolitana, aonde o Arcebispo Dom José Palmeira Lessa conduziu um momento de reflexão e benção do Santíssimo.  

“Fizemos esta passeata para mostrar que defendemos a vida e não a morte”, declarou Dom José Lessa, satisfeito com o resultado do movimento que foi organizado de última hora, por conta da realização do seminário da comissão de juristas que vieram à Sergipe para discutir sobre a reforma do código penal. “Uma das preocupações da Igreja é com a reforma do código penal, que possa haver um abrandamento maior com relação à liberação do Aborto”, advertiu Dom Lessa.

Quando a passeata chegou à frente do Tribunal de Justiça de Sergipe, local da realização do seminário sobre a reforma do código penal, muitos dos que participaram da manifestação conseguiram entrar no Auditório. O presidente da Comissão  concedeu espaço para alguns depoimentos e  o Arcebispo Dom José Lessa falou para os membros da comissão e reforçou a posição da Igreja e, fazendo referencia a decisão do STF sobre os anencéfalos, Dom Lessa foi enfático:  “Não podemos decidir sobre uma pessoa que nasceu ou não sem cérebro é uma vida do mesmo jeito, que deve ter seu curso normal” e pediu a comissão para que não descriminalizem o aborto.

Vários sacerdotes participaram da manifestação, entre eles, o Padre Anderson Pina, um dos coordenadores do evento que reforçou o sentido do evento.  “Vimos mostrar nossa indignação, pois os dados confirmam que a grande maioria da população brasileira é contra o aborto. É um crime, fere a dignidade da pessoa humana”, ressaltou o Padre Anderson.

A senhora Josineide Silva aprovou a iniciativa da Igreja e reforçou o corro das centenas de pessoas. “ Vim participar porque sou contra o aborto. É uma expectativa de vida que está  em curso e que ninguém pode tirar uma vida,” afirmou.

O Padre Anderson informou que a Igreja vai continuar os trabalho em defesa da vida e que uma comissão, no âmbito da Arquidiocese, está sendo formada para, de forma permanente sejam discutidos assuntos que desrespeitam a vida. 

Em seu aniversário, Bento XVI recorda que está no “último trecho” de sua vida


Na Missa que celebrou na manhã de ontem, na capela paulina do Palácio Apostólico do Vaticano, o Papa Bento XVI comoveu os presentes com uma homilia muito pessoal na que admitiu que já começou a última fase de sua vida e recordou os gestos de Deus desde sua infância e refletiu sobre os Santos que o inspiraram desde seu nascimento.

 “Eu me encontro diante do último trecho da viagem da minha vida e eu não sei o que me espera. Eu sei, no entanto, que a luz de Deus existe, que Ele ressuscitou, que Sua luz é mais forte do que qualquer escuridão, que a bondade de Deus é mais forte que qualquer mal deste mundo. E isso me ajuda a prosseguir com confiança. Isso nos ajuda a avançar, e nesta hora agradeço a todos aqueles que sempre me fizeram perceber o ‘sim’ de Deus através da sua fé.

Falando em alemão e diante de compatriotas seus, o pontífice disse que Santa Bernadette, a vidente de Lourdes, e São Bento José Labre, um santo do século XVII conhecido como o “peregrino dos mendigos”, as duas figuras de referência que teve desde pequeno.  

O Pontífice confessou que compartilhar a data de aniversário com Santa Bernardette Subirous, a vidente das aparições da Lourdes foi muito especial para ele. 

“Hoje é o dia desta pequena Santa que sempre foi um modelo para mim, um modelo de como devemos ser. De fato, mesmo com todas as coisas que devemos saber e fazer, que são necessárias, não devemos perder o coração simples, o olhar simples de coração, capaz de ver o essencial”, disse.

O Papa recordou que Bernardette “sabia ver” o que a Virgem lhe assinalava: “a fonte viva, pura”. Água que é imagem “da verdade que vem a nosso encontro na fé, da verdade não dissimulada e não poluída”. Porque “para poder viver, para poder chegar a ser puros, necessitamos que em nós nasça a nostalgia da vida pura, da verdade verdadeira, do que não é poluído pela corrupção, do ser humano sem pecado”.

“Em nosso tempo, no que vemos no mundo tantos afãs, e no que irrompe a necessidade da água, da água pura, este signo tão maior. Da María, da Mãe do Senhor, do coração puro, vem também a água pura, descontaminada, que dá a vida, a água que neste século, e nos séculos por vir, desencarde-nos e nos sã”.

Além disso, refletiu sobre São Bento José de Lavre, falecido um 16 de abril e com quem compartilha o nome de Papa e o de bastismo, Joseph. Um santo “europeu” que tem sua particularidade no fato que “não quer fazer outra coisa” que “rezar e dar testemunho” de Deus.

O Papa recordou que nasceu um Sábado Santo e seus pais o batizaram neste mesmo dia. Ele agradeceu-lhes por tê-lo “feito renascer” esse dia através da água do Batismo. “De que maneira o dom da vida é realmente tal? É justo dar a vida assim, simplesmente? É responsável ou muito imprevisível? A vida biológica por si mesmo é um dom, e entretanto está circundada por uma grande pergunta”, acrescentou.

Bento XVI assinalou também que “a vida se converte em um verdadeiro dom se junto a ela se pode dar também uma promessa que é mais forte que qualquer desventura que possa ameaçar-nos, se ela estiver imersa em uma força que garante que ser um homem é um bem (…) Assim, ao nosso nascimento vai associado o renascimento, a certeza de que na verdade é algo bom, porque a promessa é mais forte que as ameaças”.

O Papa explicou que o sentido do Batismo é pertencer a grande e nova família de Deus que é “mais forte que todas as forças negativas que nos ameaçam”.

domingo, 8 de abril de 2012

Aleluia!

Cristo Ressuscitou!
Aleluia, aleluia!


Regina coeli, laetare, alleluia:
quia quem meruisti portare, alleluia:
resurrexit, sicut dixit, alleluia;
ora pro nobis Deum, alleluia.
V/: Gaude et laetare Virgo María, alleluia.
R/: Quia surrexit Dominus vere, alleluia.

Oremus: Deus, qui per resurrectionem Filii tui, Domini nostri Iesu Christi, mundum laetificare dignatus es: praesta, quaesumus; ut, per eius Genetricem Virginem Mariam, perpetuae capiamus gaudia vitae. Per eundem Christum Dominum nostrum. Amen.

* Cardeal e bispos brasileiros se manifestam em defesa da vida dos bebês com anencefalia.


Contra permissão para aborto de bebês com anencefalia, tanto o cardeal Dom Odilo Scherer quantos alguns bispos do Brasil estão se manifestando publicamente pro meio dos veículos católicos, especialmente, como ACI Digital.












ATENÇÃO!! CNBB convoca Igreja do Brasil em carta a todos os bispos para Vigília de Oração pela Vida, diante do julgamento do STF.


“Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação”(Mario Quintana)

Na próxima quarta-feira, dia 11/04, o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza o julgamento sobre a descriminalização do aborto de anencéfalos – casos em que o feto tem má formação no cérebro. A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou nesta Sexta-feira Santa, 06/04, uma carta a todos os bispos do país, convocando para uma Vigília de Oração pela Vida às vésperas do julgamento.

Em agosto de 2008, por ocasião do primeiro julgamento do caso, a CNBB publicou uma nota que explicita a sua posição. “A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. (…)Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis.  O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso. A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede,  que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade”.

A seguir, a íntegra da carta da presidência da CNBB, bem como o texto completo da nota sobre o assunto.

Brasília, 06 de abril de 2012
P – Nº 0328/12
Exmos. e Revmos. Srs.

Cardeais, Arcebispos e Bispos
Em própria sede
ASSUNTO: Vigília de Oração pela Vida, às vésperas do dia 11/04/12, quarta feira.
DGAE/2011-2015: Igreja a serviço da vida plena para todos (nn. 65-72)
“Para que TODOS tenham vida” (Jo 10,10).
CF 2008: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).
CF 2012: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8).
Irmãos no Episcopado,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil jamais deixou de se manifestar como voz autorizada do episcopado brasileiro sobre temas em discussão na sociedade, especialmente para iluminá-la com a luz da fé em Jesus Cristo Ressuscitado, “Caminho, Verdade e Vida”.

Reafirmando a NOTA DA CNBB (P – 0706/08, de 21 de agosto de 2008) SOBRE ABORTO DE FETO “ANENCEFÁLICO” REFERENTE À ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Nº 54 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a presidência solicita aos irmãos no episcopado:

Promoverem, em suas arqui/dioceses, uma VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELA VIDA, às vésperas do julgamento pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade legal do “aborto de fetos com meroanencefalia (meros = parte), comumente denominadosanencefálicos” (CNBB, nota P-0706/08).

Informa-se que a data do julgamento da ADPF Nº 54/2004 será DIA 11 DE ABRIL DE 2012, quarta feira da 1ª Semana da Páscoa, em sessão extraordinária, a partir das 09 horas.

Com renovada estima em Jesus Cristo, nosso Mestre Vencedor da morte, agradecemos aos irmãos de ministério em favor dos mais frágeis e indefesos,

Cardeal Raymundo Damasceno Assis          Dom José Belisário da Silva          Dom Leonardo Steiner
Arcebispo de Aparecida                               Arcebispo de São Luiz               Bispo Auxiliar de Brasília
Presidente da CNBB                                  Vice Presidente da CNBB                 Secretário Geral da CNBB
***
Nota da CNBB sobre Aborto de Feto “Anencefálico”

Referente à Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54 do Supremo Tribunal Federal

O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em reunião ordinária, vem manifestar-se sobre a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF n° 54/2004), em andamento no Supremo Tribunal Federal, que tem por objetivo legalizar o aborto de fetos com meroanencefalia (meros = parte), comumente denominados “anencefálicos”, que não têm em maior ou menor grau, as partes superiores do encéfalo e que erroneamente, têm sido interpretados como não possuindo todo o encéfalo, situação que seria totalmente incompatível com a vida, até mesmo pela incapacidade de respirar. Tais circunstâncias, todavia, não diminuem a dignidade da vida humana em gestação.

Recordamos que no dia 1° de agosto de 2008, no interior do Estado de São Paulo, faleceu, com um ano e oito meses, a menina Marcela de Jesus Galante Ferreira, diagnosticada com anencefalia. Quando Marcela ainda estava viva, sua pediatra afirmou: “a menina é muito ativa, distingue a sua mãe e chora quando não está em seus braços.” Marcela é um exemplo claro de que uma criança, mesmo com tão malformação, é um ser humano, e como tal, merecedor de atenção e respeito. Embora a Anencefalia esteja no rol das doenças congênitas letais, cursando com baixo tempo de vida, os fetos portadores destas afecções devem ter seus direitos respeitados.

Entendemos que os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação, (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, da Constituição Federal) referem-se também aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada todos os outros direitos são menosprezados. Uma “sociedade livre, justa e solidária” (art. 3°, I, da Constituição Federal) não se constrói com violências contra doentes e indefesos. As pretensões de desqualificação da pessoa humana ferem sua dignidade intrínseca e inviolável.

A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. Há uma enorme diferença ética, moral e espiritual entre a morte natural e a morte provocada. Aplica-se aqui, o mandamento: “Não matarás” (Ex 20,13).

Todos têm direito à vida. Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito. Portanto, diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencefálicos não são descartáveis.  O aborto de feto com anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso.

A Igreja, seguindo a lei natural e fiel aos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10), insistentemente, pede,  que a vida seja respeitada e que se promovam políticas públicas voltadas para a eficaz prevenção dos males relativos à anencefalia e se dê o devido apoio às famílias que convivem com esta realidade.

Com toda convicção reafirmamos que a vida humana é sagrada e possui dignidade inviolável. Fazendo, ainda, ecoar a Palavra de Deus que serviu de lema para a Campanha da Fraternidade, deste ano, repetimos: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).

Dom Geraldo Lyrio Rocha – Arcebispo de Mariana – Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira Arcebispo de Manaus – Vice Presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa – Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro – Secretário Geral da CNBB